Exame IN

Upgrade do JPMorgan consolida novo consenso para a Embraer 

Banco aumenta o preço-alvo de R$ 28 para R$ 51 por ação — isso, sem considerar o potencial da Eve, eVTOLs  

Embraer: ação recebe mais uma aposta generosa de preço-alvo


(Foto: Germano Lüders
30/10/2008) (Germano Lüders/Exame)

Embraer: ação recebe mais uma aposta generosa de preço-alvo (Foto: Germano Lüders 30/10/2008) (Germano Lüders/Exame)

Raquel Brandão
Raquel Brandão

Repórter Exame IN

Publicado em 22 de março de 2024 às 16h55.

Última atualização em 22 de março de 2024 às 17h41.

Uma semana depois de o Morgan Stanley dar um mega upgrade na Embraer, hoje foi a vez do JPMorgan quase duplicar seu preço-alvo para o papel, aumentando de R$ 28 para R$ 51 – com um potencial de alta de mais de 50% em relação à cotação atual.   

O movimento consolida a construção de um novo consenso em relação à fabricante de aviões brasileira, que está bem-preparada e colhendo os frutos de anos de investimento para fazer frente ao duopólio de Boeing e Airbus. 

As estimativas do JPMorgan não levam em conta a contribuição da Eve, braço de eVTOLs – os veículos elétricos voadores que prometem revolucionar a mobilidade urbana.  

O banco vê uma opcionalidade na divisão, que nasceu dentro da Embraer, que pode adicionar mais R$ 22 por ação, caso a tecnologia se prove eficiente e comece a ganhar escala comercial. A Embraer detém 90% de participação na Eve. 

O relatório foi mais uma injeção de ânimo para as ações, que lideravam as altas no Ibovespa nesta sexta-feira, 22.  

Neste ano, as ações da Embraer sobem 50,5%. Somente neste mês, a alta é de 47%, em meio aos upgrades dos analistas e de um balanço forte apresentado no começo desta semana.   

Os analistas do JPMorgan calculam que a Embraer está negociando a uma múltiplo EV/Ebitda de 7,2x para 2024. Isso seria abaixo de sua média de cinco anos de 8,3x e abaixo de sua média de dez anos de 7,5x, o que sinaliza um espaço importante para crescimento do preço da ação.  

Segundo o banco, a empresa está com os “motores aquecendo” neste ano reportando notícias positivas no primeiro trimestre, que é um período tradicionalmente mais fraco. 

Além de potenciais novos pedidos de E2 conforme a companhia continua suas campanhas comerciais Estados Unidos, a empresa reportou pedidos de aeronaves do segmento de defesa para Índia e Arábia Saudita, bem como a conversão dos memorandos de entendimento para 11 aeronaves com outros países.   

A equipe de analistas do banco também vê um potencial de fluxo e caixa de US$ 300 milhões a US$ 400 milhões pela conclusão do processo de arbitragem aberto pela Embraer contra a Boeing por causa da rescisão do negócio bilionário entre as duas. 

Na teleconferência de resultados, a gestão da companhia sinalizou que isso deve ser concluído ainda no primeiro trimestre de 2024.  

Os analistas de aviação do JPMorgan mantiveram a projeção de Ebitda para 2024 em US$ 701 milhões, mas elevaram em 7% a estimativa para 2025, para US$ 827 milhões, refletindo um aumento equivalente na receita.  

“Além disso, o pedido recente da American Airlines também resultou em um aumento em nossas margens esperadas para 2025 e 2026”, acrescentam, prevendo margem Ebitda de 11,9% em 2025 e 12,7% em 2026.  A companhia aérea encomendou 90 jatos E-175, no valor de lista de US$ 4,7 bilhões.

LEIA MAIS:

Acompanhe tudo sobre:AviaçãoEmpresasMercadosEmbraer

Mais de Exame IN

Magazine Luiza lucra R$ 70 milhões no 3º tri e bate (de longe) consenso

Para lidar com juros altos, Assaí reduz alavancagem e fica menos promocional no 3º tri

MELI despenca 15% com pressão em margens. Os comprados veem um bom deja vu

Com operação afinada, C&A reforça tendência de crescimento e lucra R$ 43 milhões no 3º tri