Unidade da Unipar em Cubatão: Complexo vai receber o maior investimento da história, de US$ 200 milhões, em modernização (Unipar/Divulgação)
Editora do EXAME IN
Publicado em 6 de setembro de 2024 às 20h10.
A Unipar acaba de concluir a captação de R$ 750 milhões em debêntures, numa captação de forte demanda e na estreia da companhia no seleto grupo das empresas que emitem com prazo de 10 anos no Brasil fora do universo dos títulos incentivados de infraestrutura.
A emissão foi feita em três tranches, com vencimentos de cinco, sete e dez anos, e deve uma demanda de duas vezes o book – sem necessidade de que os bancos coordenadores entrassem com garantia firme.
Com isso, as taxas foram comprimidas. Na série mais curta, de R$ 290 milhões a captação saiu a CDI +0,85%, bastante abaixo do spread indicativo de 1,20%.
A de prazo intermediário, de R$ 185 milhões, a taxa ficou em CDI +1,20%, contra a expectativa inicial de 1,35%; e a de dez anos, de R$ 275 milhões, saiu a CDI +1,65%, versus a indicação de 1,70%.
Em outubro do ano passado, a Unipar tinha captado o mesmo volume, num prazo de sete anos com taxa equivalente a DI mais 2,05%.
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“Para nós, foi um reconhecimento do mercado que o modelo de negócio é resiliente, apesar de cíclico, e um reconhecimento pela entrega consistente de resultado ao longo dos anos”, afirmou ao INSIGHT o CFO Alexandre Jerussalmy.
Mesmo em meio ao ciclo de baixa do mercado petroquímico, a Unipar segue como uma forte geradora de caixa.
A empresa, líder na produção de cloro e soda e a segunda maior produtora da PVC da América Latina, está em meio ao maior ciclo de investimentos da sua história, com a modernização de tecnologia no complexo de Cubatão, que vai demandar US$ 200 milhões, e uma nova planta de eletrólise em Camaçari, na Bahia, com investimento previsto de R$ 234 milhões.
O endividamento bastante confortável, de apenas 0,70 vezes a dívida líquida/EBITDA, com custo médio de CDI +1,56% e prazo de três a quatro anos – que agora deve ser alongado com a nova emissão e a recompra de vencimentos mais curtos e mais caros.
“Temos em curso também negociações de linhas de crédito alongadas e de custo bastante competitivo aqui no Brasil para financiar esse capex estratégico”, diz o CFO.
Ele diz que o balanço mais folgado e o custo de captação dão mais conforto na estratégia de crescimento da Unipar. Há cerca de dois anos, a companhia vem sinalizando ao mercado que quer crescer, seja no Brasil ou no exterior, com uma possível diversificação para além do cloro e PVC.
“O perfil de dívida e o custo competitivo suportam um crescimento sustentável, ao mesmo tempo em que permite que a expectativa de retorno dos acionistas também seja atendida”, afirma o executivo.