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Unico faz primeira aquisição após aporte de R$ 580 mi do SoftBank e GA

A empresa comprou 100% da operação da startup ViaNuvem, que facilita a venda remota de carros novos do Brasil

Guilherme Cervieri, vice-presidente de fusões e aquisições da Unico: a aquisição da ViaNuvem é só a primeira de muitas planejadas pela empresa (Unico/Divulgação)

Guilherme Cervieri, vice-presidente de fusões e aquisições da Unico: a aquisição da ViaNuvem é só a primeira de muitas planejadas pela empresa (Unico/Divulgação)

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Carolina Ingizza

Publicado em 31 de maio de 2021 às 05h00.

A Unico acaba de começar sua temporada de fusões e aquisições. A empresa de tecnologia brasileira, fundada em 2007 e conhecida até o ano passado pela marca Acesso Digital, anuncia nesta segunda-feira, 31, a compra da startup ViaNuvem, especializada em ferramentas que permitem a concessionárias vender carros online. O valor da transação não foi divulgado pelas empresas.

Com mais de 400 clientes, entre eles bancos como Itaú, Santander e Bradesco, a Unico oferece serviços que vão desde assinatura digital de contratos de trabalho à validação da identidade de pacientes da telemedicina. A empresa faturou cerca de 150 milhões de reais em 2020 — o dobro de 2019 — e mais que triplicou de tamanho, saindo de 180 funcionários chegando a 550 em maio de 2021. 

A aquisição é a primeira que a companhia anuncia depois de ter recebido um aporte de R$ 580 milhões liderado pelos fundos SoftBank e General Atlantic em setembro do ano passado. Na época, o fundador e presidente Diego Martins havia sinalizado que poderia usar parte do capital recebido para financiar uma estratégia de aquisições.

Em entrevista ao EXAME IN, Guilherme Cervieri, vice-presidente de fusões e aquisições da Unico, confirmou que a aquisição da ViaNuvem é só o começo da estratégia. Hoje, sua equipe está analisando pelo menos 30 empresas e, nos próximos meses, deve anunciar pelo menos duas ou três novas transações.

Segundo o executivo, a Unico tem quatro principais objetivos com as aquisições: entrar em novos mercados ou em novas geografias, adquirir talentos especializados em tecnologia, trazer novos produtos para a plataforma ou capturar a base de clientes de um concorrente.

No caso da ViaNuvem, a compra de 100% da empresa marca a entrada da companhia no mercado automotivo. Fundada em 2017 pelos sócios Heitor Orletti e Fredy Evangelista, a startup domina 60% das transações de novos carros no país com sua ferramenta que permite que os clientes enviem digitalmente seus documentos.

No ano passado, com a pandemia impulsionando as compras remotas, a empresa ganhou 800 novos clientes. Hoje, 2.500 concessionárias do país usam seus serviços, movimentando R$ 20 bilhões em transações mensais.

Para que o negócio continuasse a crescer, os fundadores da ViaNuvem decidiram buscar uma fusão ou aquisição no final de 2020. Sem nunca ter captado investimentos externos, eles acharam que a melhor saída seria se unir a um grupo maior que atuasse no mesmo segmento. "Temos um produto nichado que para continuar a crescer precisaria de mais investimentos em tecnologia ou em expansão internacional. Com a aquisição da Unico, temos acesso a uma estrutura grande que nos ajuda a voar mais rápido", diz Evangelista.

Os fundadores e o time de 42 pessoas da ViaNuvem serão mantidos na operação, que passa a ser uma nova unidade de negócio da Unico. O plano da companhia é ir, aos poucos, expandindo o leque de clientes das startup para além das concessionárias de carros e oferecer serviços complementares. “Como já temos os documentos cadastrados, poderíamos oferecer junto com a compra a colocação de uma tag de pedágio, por exemplo”, afirma Cervieri.

A expectativa é que até o final do ano todas as integrações de pessoas, produtos e processos entre as duas empresas estejam completas. Por sorte, a Unico tem experiência em aquisições: essa é quarta empresa adquirida pela companhia desde sua fundação.

Em 2009, ainda sob a marca Acesso Digital, a empresa comprou a dotBR, desenvolvedora de software de gerenciamento de documentos e trabalho. Em 2017, a adquirida foi a Arkivus, de Londrina, que oferece uma solução biométrica para o varejo. A terceira aquisição foi a da startup gaúcha de análise de imagens Meerkat, que aconteceu em 2020, após um aporte de R$ 40 milhões da Igah Ventures.

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