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TecBan e Klavi vão explorar juntas a riqueza de dados do open banking

Maior rede independente de autoatendimento do mundo, TecBan vê na premiada Klavi um salto de valor agregado

“O open banking é uma grande revolução com potencial para transformar a sociedade com crédito e inclusão financeira”, afirma Tiago Aguiar (TecBan/Divulgação)

“O open banking é uma grande revolução com potencial para transformar a sociedade com crédito e inclusão financeira”, afirma Tiago Aguiar (TecBan/Divulgação)

AB

Angela Bittencourt

Publicado em 12 de agosto de 2021 às 08h08.

Última atualização em 12 de agosto de 2021 às 08h48.

Quando há liga entre o tradicional e o inovador cresce exponencialmente a probabilidade de sucesso de um negócio. Esse é o resultado previsto para a parceria firmada entre a veterana TecBan e a fintech Klavi. A dupla une esforços e especialização e entra com o pé direito na 2ª fase do open banking – de compartilhamento de dados cadastrais e de transações de clientes entre instituições, com seu consentimento – e que tem início nesta sexta-feira, 13 de agosto.

Dona do Banco24Horas, a TecBan é a maior rede independente de autoatendimento do mundo em volume de transações. Controlada pelos cinco maiores bancos do país – Itaú Unibanco, Bradesco, Santander, Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal por ordem decrescente de participação no capital – e há quase 40 anos no mercado, a TecBan conecta 150 instituições financeiras em um único ponto de atendimento, o ATM, e seus 24 mil caixas movimentam anualmente o equivalente a 5% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro.

 

A Klavi – plataforma de open banking criada em 2020 para desburocratizar o acesso a dados financeiros e que já processou mais de 50 milhões de transações – chegou ao mercado com um batismo de ouro: foi eleita pelo Banco Central (BC), com mais 10 startups financeiras, para participar do LIFT Lab (Laboratório de Inovações Financeiras e Tecnológicas)  coordenado em conjunto com a Fenasbac.

“Para além do Banco24Horas, temos tecnologia de conexão com os bancos e, lá em 2018, começamos a estudar a implantação do open banking no Reino Unido porque nos pareceu que aquela inovação chegaria ao Brasil. Como facilitador de operações, firmamos uma parceria operacional com a empresa inglesa Ozone, que já tinha experiência na área. E parte da plataforma que utilizamos é a que a Ozone já havia criado. Num segundo movimento chegamos à Klavi com o objetivo de trazer valor aos dados e criar ecossistemas para outros participantes do mercado”, informa Tiago Aguiar, head da área de Novas Plataformas da TecBan.

Em entrevista ao EXAME IN, Bruno Chan, CEO da Klavi, brasileiro com experiência no mercado chinês onde esteve por dez anos, diz que a startup vem para complementar o trabalho da TecBan com a análise das informações de clientes e processamento de operações, seja para crédito ou outro tipo de financiamento.

“Nos dedicamos a categorizar os dados. Já estamos atuando há quase dois anos no tratamento de dados sejam startups ou birô de crédito. Com a aplicação de inteligência artificial aos dados conseguimos personalizar os clientes dos bancos, desenhar um perfil mais assertivo do consumidor e entender seus hábitos, saber mais sobre sua renda e onde gastam. A ideia é democratizar o acesso a dados facilitando a portabilidade de informações financeiras de pessoas físicas e empresas”, explica Chan.

Valor agregado

Jae Lee, também da Klavi, vê no open banking a oportunidade de ampliar a inclusão financeira de brasileiros. “Pessoas físicas sem garantia para operações bancárias, mas que podem ser bons pagadores ficam fora do mercado. Com a interpretação de dados [desses potenciais clientes ou usuários de instituições financeiras] podemos ajudar a aprovar e a integrar esse público e também colaborar para um aumento na oferta de produtos de crédito. Hoje, há poucos produtos disponíveis”, diz Lee que reforça a ideia que move a parceria, que é “open banking para todos”.

Para a TecBan, que participa do projeto open banking desde o início, a parceria com a Klavi agrega valor ao facilitar a vida dos clientes [os bancos] que poderão dedicar tempo e especialistas a pensar, elaborar e lançar produtos diferenciados que o acesso às informações de clientes de todo o sistema propiciará.

“O open banking é sem dúvida uma grande revolução no sistema bancário brasileiro. O Pix, que antecedeu o open banking na agenda do Banco Central, tem o potencial de transformar a jornada de um cliente bancário, auxilia nos pagamentos. Já o open banking tem potencial para transformar a sociedade porque ampliará a oferta de crédito e ajudará na inclusão de  45 milhões de cidadãos que não têm sequer conta bancária. Se considerarmos os ‘desfinanciados’, esse contingente de brasileiros explode”, pondera Aguiar, da TecBan.

A companhia, controlada por grandes bancos, investiu mais de R$ 4 bilhões em produtos e soluções tecnológicas nos últimos dez anos e reinveste anualmente cerca de R$ 400 milhões no próprio negócio. A parceria com a Klavi é um de vários movimentos desencadeados pela TecBan neste ano. E os negócios vão muito além de serviços digitais ou de autoatendimento, apesar do entrelaçamento atual de prestação de serviços físicos com digitais, lembra Tiago Aguiar.

Neste ano, a TecBan está investindo em caixas eletrônicos recicláveis, que permitem a estabelecimentos – prestadores de serviços, mas sobretudo o varejo – coletar recursos ao longo do dia sem contato direto com cédulas e tendo crédito depositado direto em conta corrente. Outro investimento levou à implementação do primeiro caixa eletrônico com tecnologia 5G da América Latina, desenvolvido em parceria com Claro e Ericsson. E, uma terceira operação com foco na inclusão financeira, é a criação de agências ou espaços multibanco para atender a população das classes C, D e E em cidades desbancarizadas. O primeiro município contemplado é Parnaíba, no Piauí.

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