Ury Rappaport, Marcelo Schucman, Douglas Storf e Alexandre Takinami, da Swap: empresa levantou R$ 17 milhões com fundos como One.VC, Canary, GFC e Flourish (Swap/Divulgação)
Carolina Ingizza
Publicado em 13 de setembro de 2021 às 14h30.
Última atualização em 13 de setembro de 2021 às 14h59.
A "fábrica de fintechs" Swap abre uma nova avenida de crescimento para o negócio. A empresa, conhecida pelos serviços de emissão e processamento de cartões pré-pagos, lança nesta segunda-feira, 13, uma solução para empresas que têm ou desejam ter operações de crédito.
“Nós oferecemos toda a infraestrutura para que nossos clientes possam trabalhar com crédito e coletar dados para aprimorar a análise”, diz Douglas Storf , cofundador e presidente da Swap, ao EXAME IN. Entre os primeiros 15 clientes do serviço está a fintech OpenCo, nascida a partir da fusão entre Geru e Rebel.
Segundo o fundador, para as empresas que ainda não têm uma operação de crédito, a principal vantagem da solução é poder testar de forma rápida seu modelo de negócio usando a infraestrutura de terceiros.
Já para as companhias que estão operando, a plataforma da Swap oferece mais dados sobre o comportamento dos usuários para ajudar os clientes a reduzir os indíces de inadimplência. Ela também inclui uma solução white label, feita em parceria com a Mastercard, que permite que as empresas lancem cartões virtuais de uso único para os usuários finais.
“Nosso cliente pode embutir mais serviços financeiros, com a mesma qualidade e carinho que já faz com suas soluções atuais, assim como gerar mais aceitação e liquidez para suas soluções, sempre tendo o máximo de acesso a dados refinados que vão ajudar a evoluir sua plataforma”, diz o head de novos negócios da Swap, Marcelo Schucman.
Mas a fintech considera a solução de real time funding o carro chefe da área de crédito. "Ele permite que empresas que já tem parcerias para o uso do crédito, com companhias como Netflix e Uber, emitam um cartão ou uma infraestrutura de pagamento sem precisar manter dois saldos separados nas contas do usuário", diz Storf.
Fundada em 2018 por Douglas Storf e Ury Rappaport, a Swap nasceu de uma percepção que os sócios tiveram enquanto ainda trabalhavam juntos na área de pagamentos do aplicativo de mobilidade 99. A dupla percebeu o quão difícil era para uma companhia de fora do setor financeiro se aventurar nesse segmento, mas notou que era a tendência do mercado de tecnologia.
Na época, iFood, Loggi e Gympass, tentavam tirar do papel produtos financeiros próprios. "Ficou evidente que havia uma oportunidade no mercado", diz Storf. No final de 2018, então, os empreendedores saíram da 99 para criar a Swap. Para ajudá-los na frente de tecnologia, eles convidaram Alexandre Takinami, ex-engenheiro de software do Guiabolso, para ser cofundador do negócio.
Na época em que a startup foi lançada, o conceito de bank as a service (ou "banco como serviço", em português) estava nascendo. "Ninguém entendia muito bem o que era infraestrutura de pagamentos", relembra Rappaport. Hoje, depois do Pix e do open banking abrirem mercado, as "fábricas de fintech" são mais conhecidas e atraem milhões em investimento. A fintech Zoop, por exemplo, recebeu 60 milhões de reais da Movile no ano passado, enquanto o FitBank foi investido pelo banco americano J.P. Morgan.
Para a Swap, levantar investimento não foi um problema também. Desde a fundação, a empresa captou R$ 17 milhões com os fundos One.vc, Canary, GFC e Flourish Ventures, além dos investidores-anjo Ariel Lambrecht (fundador da 99), Patrick Sigrist e Guilherme Bonifácio (cofundadores do iFood). Além do capital, a empresa foi selecionada para participar do programa Mastercard Start Path, que reúne agentes do sistema financeiro para escalar jovens negócios.
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