Iona Szkurnik, cofundadora da Education Journey: a empresa, fundada em meados de 2020, foi avaliada em US$ 5 milhões na rodada pré-seed (Education Journey/Divulgação)
Carolina Ingizza
Publicado em 11 de agosto de 2021 às 06h00.
Última atualização em 11 de agosto de 2021 às 09h14.
Retenção e requalificação de talentos: essas duas expressões, comuns no cotidiano dos departamentos de recursos humanos, passaram a aparecer mais nas conversas entre presidentes e diretores de empresas brasileiras desde o começo da pandemia. Com a digitalização dos negócios, conseguir contratar e manter profissionais habilitados para o universo de tecnologia tem sido uma prioridade e um desafio para as companhias.
De olho nesse mercado, nasceu a startup Education Journey, um “Gympass da educação”, que acaba de levantar R$ 1,2 milhão em uma rodada pré-seed com os fundos Latitud, Norte Capital e SaasHolic, além do investidor-anjo Ariel Lambrecht, cofundador da 99.
A empresa, avaliada em US$ 5 milhões (cerca de R$ 26 milhões) na rodada, foi idealizada no ano passado pela brasileira Iona Szkurnik, que vive desde 2013 nos Estados Unidos trabalhando com projetos que envolvem tecnologia e educação. A empreendedora é uma das fundadoras do movimento Brazil at Silicon Valley.
“Acompanhando o trabalho de outras edtechs brasileiras, percebi que havia uma fragmentação no mercado. Faltava uma plataforma que reunisse os melhores conteúdos em um lugar só, como um one-stop-shop da educação”, conta Szkurnik ao EXAME IN.
Para tirar o projeto do papel, a empreendedora convidou como sócios Marcela Quintella (COO), Artur Barbosa (CTO) e Victor Szapiro (CFO). Juntos, o quarteto construiu um marketplace que disponibiliza para os usuários das empresas clientes conteúdos desde programação e ciência de dados até soft skills e cursos de idiomas.
A Education não desenvolve os próprios materiais, então busca edtechs que tenham um modelo de negócio voltado ao consumidor final, como Trybe (programação), Alura (tecnologia) e Passei Direto (educação digital), para fechar parcerias. A ideia não é competir com essas empresas, mas sim levar seus cursos ao público corporativo.
A operação da edtech começou em fevereiro deste ano com projetos em duas grandes companhias brasileiras. Segundo a fundadora, o maior desafio dessa primeira fase, além de validar o produto, é precificar corretamente o serviço — a balança precisa equilibrar o quanto as empresas estão dispostas a gastar e o quanto cada edtech parceira cobra pelos conteúdos.
“Trabalhamos com dois perfis de empresa: as tradicionais, que precisam ensinar novas habilidades para seus colaboradores, e as startups que estão com dinheiro em caixa para contratar e precisam capacitar talentos que não estão totalmente prontos”, diz Szkurnik.
Hoje, as companhias clientes pagam no mínimo R$ 20 por mês por funcionário para poder oferecer o benefício flexível de educação. Em alguns casos, a companhia subsidia o valor integral dos cursos, mas em outros o usuário final paga também uma assinatura para usar a plataforma.
Com a nova captação, a Education Journey tem como meta aumentar sua equipe de 12 para 20 pessoas nos próximos 12 meses. O objetivo é acelerar o desenvolvimento e aprimoramento do produto para poder chegar a marca de 50.000 usuários usando o serviço até agosto de 2022.
Segundo Szkurnik, o negócio deve voltar ao mercado para levantar uma próxima rodada dentro de seis a doze meses. “Nosso produto precisa de escala, queremos vender para mais de 2.000 empresas”, afirma.
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