Starbucks: Hoje, são 140 lojas operando no portfólio da SouthRock Foto: Gabby Jones/Bloomberg (Gabby Jones/BLOOMBERG BUSINESSWEEK)
Repórter Exame IN
Publicado em 20 de abril de 2024 às 12h57.
A Zamp está mais perto de ter o Starbucks em seu portfólio. A operadora de Burger King e Popeyes no Brasil informou ontem que a SouthRock aceitou sua proposta indicativa para aquisição dos ativos da Starbucks no país.
Com dívidas de R$ 1,8 bilhão, a SouthRock pediu recuperação judicial em novembro. A empresa foi masterfranqueada da Starbucks no Brasil de 2018 a 2023. Além da Starbucks, a companhia tinha em seu portfólio as lanchonetes Subway, os restaurantes TGI e o centro comercial de gastronomia italiana Eataly – esse último foi recentemente vendido a um fundo de pessoas físicas. A operação de Subway chegou a ser avaliada pela Cacau Show, mas as conversas esfriaram.
Agora, a Zamp vai iniciar uma diligência nos ativos Starbucks Brasil para avaliar seu interesse de aquisição e apresentar uma oferta vinculante.
A Zamp informou no dia 11 de abil que as conversas com a Starbucks estavam avançadas, após notícias de que a companhia teria sido a escolhida para a deter a operação brasileira. Mas era preciso uma negociação com a SouthRock, que operava a bandeira.
A negociação precisa acontecer até o fim deste mês, quando a SouthRock perde o direito de utiliação da marca. Hoje, a masterfranquedora de comandada por Kenneth Pope tem 140 cafeterias Starbucks (a SouthRock fechou 50 lojas nos últimos meses).
Em 2023, ainda com 190 lojas, a SouthRock faturou algo em torno de R$500 milhões com a operação de Starbucks. As 50 lojas fechadas eram deficitárias, mas as lojas mantidas operam, em meio à recuperação judicial, com restrições: faltam produtos, como tipos de cafés ou outras bebidas, por exemplo.
O contrato entre Zamp e Starbucks, se vingar, deve ser do tipo operador único, em que não será possível vender lojas a franqueados. A empresa vai operar as lojas e pagar os royalties à matriz.
A negociação acontece num momento de mudanças também na Zamp. Depois de quase dois anos, a Mubadala, gestora de private equity que tem como principal investidor o fundo soberano de Abu Dhabi, assumiu a posição de maior acionista da companhia (mais de 40%) em meio a uma intensa queda de braço de acionistas.
O ganho de força da gestora nas decisões trouxe consigo agenda mais ambiciosa de crescimento, tanto via expansão das marcas atuais quanto potenciais M&As para agregar novas marcas ao portfólio.
No ano, as ações da Zamp caem quase 38%, para R$ 3,51 – bem distantes da máxima de R$ 23,73 em março de 2019.