SoftBank: série B da Atom Finance foi liderada pelo SoftBank Latin America Fund com participação da General Catalyst e do Base Partners (Issei Kato/Reuters)
Carolina Ingizza
Publicado em 23 de junho de 2021 às 09h00.
Última atualização em 23 de junho de 2021 às 09h35.
A americana Atom Finance é a mais nova investida do SoftBank Latin America Fund. A companhia, dona de uma plataforma para investidores monitorarem as empresas listadas em bolsa, anuncia nesta quarta-feira, 23, ter concluído sua rodada de captação série B de US$ 28 milhões, liderada pelo SoftBank e com a participação dos investidores anteriores, a americana General Catalyst (Airbnb, Stripe) e a brasileira Base Partners (Nubank, Wildlife). O anúncio acontece semanas depois de a empresa divulgar uma parceria com o Banco Inter, também investido do SoftBank, para começar a operar no Brasil.
A startup foi fundada em 2018 por Eric Shoykhet, um ex-analista da Blackstone, para ajudar investidores independentes a gerir seu portfólio. De forma automatizada, a empresa coleta dados sobre as empresas listas nas bolsas americanas e disponibiliza para os usuários. As funções básicas estão disponíveis de graça, mas caso o cliente queira mais detalhes sobre a sua carteira, pode pagar uma assinatura premium de US$ 10 dólares por mês. A companhia não divulga quantos assinantes possui, mas garante que o produto é usado por "centenas de milhares de pessoas nos Estados Unidos".
"A Atom está quebrando paradigmas no mercado de pesquisa de investimentos ao implementar a melhor tecnologia, software e expertise do setor. O SoftBank está entusiasmado com a parceria", afirma Shu Nyatta, chefe do escritório do SoftBank em Miami, em nota.
Apesar de ter surgido para atender o investidor pessoa física, a Atom recebeu dezenas de pedidos de empresas, bancos e gestoras ao longo dos últimos dois anos para fornecer sua solução em um modelo de plataforma "white label". Para a startup, as parcerias são uma forma rápida de expandir sua operação e internacionalizar o negócio para a América Latina. A primeira iniciativa do tipo anunciada foi com o Banco Inter no começo de junho deste ano. Em entrevista ao EXAME IN, Shoykhet contou que os clientes do banco terão acesso a partir do mês que vem ao produto, que foi customizado para analisar as ações brasileiras. O preço da assinatura em reais ainda não foi definido.
Além de fomentar o crescimento do número de usuários, dobrar o tamanho do time (de 30 para cerca de 60 pessoas até o final do ano) e abrir um escritório em Miami, a Atom vai usar o capital recebido na Série B para expandir para outros países da América Latina, como o México, por meio de outras parcerias estratégias. "Nossos investidores nos incentivaram a explorar as oportunidades da região. Então, nessa rodada, buscamos um parceiro global que pudesse nos ajudar a aumentar o reconhecimento da marca e escalar nossa operação corporativa. O SoftBank, com sua experiência no mercado de fintechs, foi o parceiro perfeito", diz o fundador.
No mercado americano, a startup aposta na diversificação de ativos e construção de novas ferramentas para continuar a conquistar assinantes — o crescimento tem sido expressivo: desde o começo do ano, a base aumentou mais de 250%. Nos próximos meses, além das ações americanas, os clientes poderão receber informações sobre o mercado canadense e também sobre criptoativos. Mas o fundador garante que a companhia está igualmente empenhada em crescer nos Estados Unidos e explorar oportunidades no Brasil e na América Latina. “O desafio é continuar a contratar ótimas pessoas para podermos continuar a crescer na velocidade que queremos”, afirma Shoykhet.
Assine a EXAME e acesse as notícias mais importantes em tempo real.
Seu feedback é muito importante para construir uma EXAME cada vez melhor.