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Safra vê resultados de turnaround e eleva Alpargatas de 'venda' para 'neutro'

Banco revisou estimativas da cesta de consumo para o segundo semestre e elegeu vencedoras e perdedoras num ambiente ainda complexo, mas mais otimista do que o de 2023

Alpargatas:  trabalho de reestruturação está parcialmente já entregue, diz Safra  (Paulo Fridman/Bloomberg)

Alpargatas: trabalho de reestruturação está parcialmente já entregue, diz Safra (Paulo Fridman/Bloomberg)

Raquel Brandão
Raquel Brandão

Repórter Exame IN

Publicado em 23 de maio de 2024 às 14h44.

Depois dos números do primeiro trimestre, a equipe de consumo e varejo do Safra resolveu revisar seu portfólio já de olho nos números do segundo semestre. Numa escolha de vencedoras e perdedoras para os primeiros três meses do ano, o banco deu upgrade de ‘venda’ para ‘neutro’ para a Alpargatas, em meio a seu processo de turnaround.

Segundo a equipe, a empresa conseguiu entregar parcialmente seu plano de reestruturação e apresentou números mais saudáveis em comparação com as estimativas anteriores, o que reduziu o risco para o papel. O preço-alvo passou de R$ 8,90 para R$ 11,3 – um prêmio de 13,5% sobre o preço de fechamento do pregão de quarta-feira.

Hoje, com mudança de recomendação, a ação chegou a subir para R$ 10,26, mas o cenário menos otimista na Bolsa pesou e o papel perdeu fôlego, anulando os ganhos das primeiras horas de pregão. Às 14h era negociado a R$ 9,94.

Embora reconheça que o ambiente para o consumo discricionário perdeu algum brilho, os analistas do Safra ainda veem um cenário mais otimista em 2024 do que o de 2023. Os profissionais também passaram a incluir em seus cálculos os novos parâmetros de subsídio fiscal, cujo impacto é relevante para as empresas do portfólio.

Diante disso, o papel preferido para a segunda metade do ano é o do grupo SBF, dono da Centauro e distribuidor da Nike no país. “Continua negociando a múltiplos baixos, apresentando retornos atrativos em termos de avaliação, e tem mostrado crescimento consistente do EBITDA e geração de caixa nos últimos trimestres”, escrevem. O Safra manteve recomendação de compra, elevando o preço-alvo de R$ 15,20 para R$ 18,50.

Outra aposta do time é a C&A, com recomendação de compra e preço-alvo de R$ 13,50. “Agora vemos a empresa mais bem posicionada para entregar resultados sólidos no C&A Pay e no vestuário; assim, revisamos nossas estimativas para um múltiplo atrativo de 11x P/L 2025.”

Para eles, a Smartfit, rede de academias, também deve continuar entregando um crescimento sólido de receita devido ao aumento na abertura de lojas e margens saudáveis, com amadurecimento mais rápido de algumas lojas. O papel tem recomendação de compra, e o preço-alvo passou de R$ 28,50 para R$ 28.

Embora não coloque a Lojas Renner como uma das apostas para esse ano, o banco manteve recomendação de compra para o papel e fez ajuste no preço-alvo, de R$ 21,70 para R$ 21,90. Para a concorrente Guararapes, dona da Riachuelo, manteve o neutro, com preço-alvo indo de R$ 7,70 para R$ 8,10.

Também com recomendação de compra, os analistas cortaram o preço-alvo de Arezzo de R$ 83,10 para R$ 75,30 e o da Soma de R$ 10,10 para R$ 9,10. “Ambas registraram uma desaceleração nas vendas, e maiores impostos sobre vendas e renda pressionaram os resultados, especialmente o da Soma.” Embora os resultados tenham sido “um tanto decepcionantes”, segundo os analistas, as duas empresas ainda entregaram expansão de margem Ebitda na comparação anual, com foco em lucratividade, o que deve permanecer como o principal motor para suas ações.

Mas a maior prejudicada da Medida Provisória nº 1185, que trata dos subsídios fiscais, foi a Vivara, avalia a equipe do Safra. As mudanças se sobrepuseram à última linha do balanço da joalheria. “A combinação de menores créditos fiscais gerados com maiores impostos sobre a renda levou a uma queda no lucro líquido de 7%, uma dinâmica que, acreditamos, pesará nos resultados dos próximos trimestres.”

O banco manteve recomendação neutra para a companhia, mas cortou o preço-alvo de R$ 37,3 para R$ 25,20. Às 14h, a ação da Vivara recuava 1,56%, para R$ 22,10.

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