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Sabesp compra o controle da Emae por R$ 1,1 bilhão

Fundo ligado a Nelson Tanure comprou a empresa há menos de um ano e meio; inadimplência em debêntures levou a execução de garantias

Emae: Empresa foi privatizada em leilão realizado em abril de 2024 (Emae/Divulgação)

Emae: Empresa foi privatizada em leilão realizado em abril de 2024 (Emae/Divulgação)

Natalia Viri
Natalia Viri

Editora do Exame INSIGHT

Publicado em 5 de outubro de 2025 às 11h13.

Última atualização em 5 de outubro de 2025 às 11h27.

A Sabesp acaba de anunciar a compra do controle da Emae (Empresa Metropolitana de Água e Esgoto) por R$ 1,1 bilhão, numa transação que traz uma gama de ativos de geração de energia para a empresa de saneamento.

Além de operar usinas hidrelétricas, a Emae é responsável pela operação de reservatórios e barragens que compõem o sistema Pinheiros-Billings, um dos mais importantes da Região Metropolitana de São Paulo. Uma de suas principais funções é administrar o fluxo de águas entre os Rios Pinheiros, Tietê e a represa, fazendo o controle de cheias.

A mudança no controle vem menos de um ano e meio depois da privatização da companhia, que foi vendida no ano passado para o fundo Phoenix, ligado ao empresário Nelson Tanure.

A transação fechada pela Sabesp se deu em duas etapas: primeiro, a empresa está comprando 74,9% das ações ordinárias da companhia que pertenciam ao Phoenix e que foram dadas em garantia numa emissão de debêntures.

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Na semana passada, houve o primeiro vencimento de juros dessas debêntures, que não foi honrado, o que disparou o vencimento antecipado e a execução das garantias. A informação foi trazida em primeira mão pelo Pipeline e confirmada pelo INSIGHT.

Nessa tranche, a empresa está pagando R$ 59,33 por ação da Emae, abaixo dos R$ 70,65 pagos pela Phoenix na privatização.

A Sabesp comprou também 66,8% das ações preferenciais da Emae, que estavam nas mãos da Eletrobras, por R$ 32,07 cada. Com isso, terá 70,1% do capital da Emae.

"Ao unir segurança hídrica ao potencial energético, a aquisição amplia a sinergia entre os negócios da companhia e consolida uma base mais robusta para enfrentar os desafios climáticos e de demanda crescente por serviços essenciais”, disse a Sabesp em fato relevante.

A Emae opera um conjunto de usinas hidrelétricas e pequenas centrais hidrelétricas (PCHs) no Estado de São Paulo, entre as quais se destacam a usina de Henry Borden, em Cubatão, um dos símbolos da eletrificação paulista, com energia proveniente do desnível entre o planalto e o litora; e a Usina de Rasgão e a PCH Pirapora.

A companhia fará uma teleconferência amanhã às 10h com investidores.

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