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"Riscos políticos tendem a ser maiores sob Trump do que sob Harris", diz Robert Sockin, do Citi

Impacto sobre economia global, especialmente nos mercados emergentes, está no posicionamento mais protecionista do lema de “make America great again” do republicano, segundo economista

Sockin,:economia americana deve continuar resiliente, mas haverá incerteza significativa sobre a política americana, o que pode pesar sobre o sentimento de consumidores e empresas, diz economista global do Citi  (Citi/Divulgação)

Sockin,:economia americana deve continuar resiliente, mas haverá incerteza significativa sobre a política americana, o que pode pesar sobre o sentimento de consumidores e empresas, diz economista global do Citi (Citi/Divulgação)

Raquel Brandão
Raquel Brandão

Repórter Exame IN

Publicado em 5 de novembro de 2024 às 10h55.

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A economia global continua a demonstrar resiliência. Em 2023 cresceu 2,8% pouco abaixo da tendência de 3%, mesmo com os choques de inflação e o aumento dos juros pelos bancos centrais. Este ano, já se observa um crescimento global de 2,6%, mas a decisão dos americanos sobre quem será o novo presidente do país pode trazer incertezas grandes o suficiente para interferir nessa trajetória, acredita Robert Sockin, economista global do Citi. 

“A economia global enfrenta riscos elevados decorrentes da geopolítica e das eleições. Após a eleição dos Estados Unidos, é provável que a economia americana continue resiliente, mas haverá incerteza significativa sobre a política americana, o que pode pesar sobre o sentimento de consumidores e empresas”, diz Sockin em entrevista ao INSIGHT.  

Uma eventual vitória do republicano Donald Trump sobre a democrata Kamala Harris é um ponto ainda maior de tensão, segundo o economista. “Há um desafio de diferenciar a retórica de campanha das políticas efetivas.” 

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O ponto de atenção está especialmente num posicionamento mais protecionista do lema de “make America great again” de Donald Trump.  Ainda assim, tanto Harris quanto Trump provavelmente adotarão políticas de apoio às indústrias americanas. A diferença, porém, está na maneira e na magnitude de algumas dessas medidas, diz Sockin.  

Harris, por exemplo, deve continuar apoiando iniciativas climáticas, enquanto Trump pode até reverter algumas delas. Trump provavelmente expandirá agressivamente as tarifas, impactando o comércio e a produção global. “Harris provavelmente não removerá as tarifas sobre a China e deve utilizá-las estrategicamente, como visto na administração Biden.” 

Nesses dois cenários, o comércio e a produção global – especialmente entre mercados desenvolvidos – provavelmente continuarão a se afastar da China, com parte dessa produção retornando aos Estados Unidos.  

Para o economista do Citi, mercados emergentes, com destaque para Vietnã, Índia e México estão entre os beneficiários dessa mudança. Mas esses benefícios são limitados numa eventual vitória de Trump.  

Se eleito e implementar tarifas amplas, isso poderá afetar vários setores. Países que reexportam produtos da China para os Estados Unidos, como o México, enfrentam riscos. 

“O republicano sugeriu a implementação de tarifas amplas em parceiros comerciais, o que pode levar a retaliações e amplificar os efeitos negativos para a economia global.” 

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