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Rede D'Or deve valer R$ 165 bi e é nova preferida do BTG em saúde

Analistas iniciam cobertura e estimam que ação deveria valer R$ 85, comparado aos atuais R$ 68

Mercado de Saúde: Receita líquida da Rede D'Or projetada pelo BTG deve quase dobrar em dois anos, para R$ 25 bilhões em 2022 (Erdikocak/Getty Images)

Mercado de Saúde: Receita líquida da Rede D'Or projetada pelo BTG deve quase dobrar em dois anos, para R$ 25 bilhões em 2022 (Erdikocak/Getty Images)

GV

Graziella Valenti

Publicado em 18 de janeiro de 2021 às 12h16.

O BTG Pactual acaba de eleger uma nova top pick  para o setor de saúde em suas recomendações: Rede D’Or. A gigante do setor, que fez sua oferta pública inicial (IPO) em dezembro, ainda tem um potencial de valorização da ordem de 25%, de acordo com os cálculos dos analistas Samuel Alves e Yan Cesquim. Eles acreditam que a ação, com as projeções para os próximos 12 meses, deve valer 85 reais, o que significa que a companhia agora avaliada em 132 bilhões de reais deve passar a 165 bilhões de reais.

A escolha chega em momento de grande atividade e movimentações no setor de saúde. As duas maiores empresas vertical izadas de saúde do país, Hapvida e Grupo NotreDame Intermédica, negociam uma combinação de negócios, que pode dar origem a uma operação com uma fatia de quase 20% do atual mercado de planos de saúde. E mais um titã na bolsa.

Hapvida e Intermédica são dedicadas a planos de menor valor e focam sua estratégia em um modelo com forte controle de custos e integrado a uma rede própria de hospitais e de diagnósticos. Somadas, as empresas valem atualmente pouco mais de 125 bilhões de reais na B3 — 30 bilhões de reais a mais do que antes do anúncio da negociação.

Já a Rede D’Or é uma empresa independente de hospitais e dedicada a planos focados nas classes A e B. Embora operem com modelos de negócios completamente diversos, as companhias indiretamente são concorrentes, uma vez que disputam, no fim do dia, um espaço nos gastos do brasileiro com a saúde. O mercado privado explodiu no início dos anos 2.000, mas está há cerca de uma década estagnado em cerca de 45 milhões de usuários com planos de saúde.

Dos 85 reais estimados para as ações da Rede D’Or, Alves e Cesquim apontam que 65 reais são ligados ao próprio plano de expansão da empresa e 20 reais, de aquisições. A companhia, segundo os analistas, pode se aproveitar de uma boa janela de consolidação, especialmente com a liquidez obtida após a oferta inicial, que agregou mais de 8,4 bilhões ao caixa da empresa.

“A avaliação atual da companhia não está tão alta quando poderia se pensar”, escrevem eles no relatório de início de cobertura. Para os especialistas, a ação ainda é negociada com um desconto interessante em relação a outros players premium de mercado e com alto potencial de crescimento.

Para se ter uma ideia da toada de crescimento que os analistas do BTG Pactual projetam para a Rede D'Or, a receita líquida sai de estimados 13,6 bilhões de reais, no consolidado  de 2020, para 25 bilhões de reais, ao fim de 2022. Nesse mesmo intervalo, o Ebitda teve passar de 2,5 bilhões de reais para 6,6 bilhões de reais.

Com esse ritmo de expansão, os múltiplos de mercado despencam — ou seja, a empresa fica mais barata ou menos cara, a depender de quem avalia. A relação de valor de empresa (preço em bolsa mais dívida líquida) sobre o Ebitda passa de 57,6 vezes em 2020 para 26 vezes e 22 vezes, nesses próximos dois anos.

O IPO da Rede D’Or era um dos mais aguardados do mercado há alguns anos e, certamente, foi um dos mais emblemáticos de 2020, pois trouxe para a B3 a primeira estreia de uma empresa avaliada em mais de 100 bilhões de reais. A companhia fundada pela família Moll  já registrou valorização de 18% desde a estreia, quando foi avaliada em 112,5 bilhões de reais. O tamanho do negócio é tal que os analistas acreditam que na próxima revisão da carteira teórica do Índice Bovespa, as ações já podem ser candidatas à composição — o que seria um potencial impulso para as ações, que teria de ser adquirida pelos fundos passivos.

 

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