EXCLUSIVO IN EXCLUSIVO IN EXCLUSIVO IN EXCLUSIVO IN EXCLUSIVO IN EXCLUSIVO IN EXCLUSIVO IN EXCLUSIVO IN EXCLUSIVO IN EXCLUSIVO IN EXCLUSIVO IN EXCLUSIVO IN EXCLUSIVO IN EXCLUSIVO IN EXCLUSIVO IN EXCLUSIVO IN EXCLUSIVO IN EXCLUSIVO IN (Marcos Santos/USP Imagens)
Graziella Valenti
Publicado em 1 de março de 2021 às 13h20.
Última atualização em 3 de março de 2021 às 10h21.
Agora, quem tinha dúvida, não tem mais. Somente em fevereiro, a Rede D’Or ampliou a participação na Qualicorp de 15% para 22,4%. As aquisições de ações voltaram com tudo desde que o ex-presidente e fundador da empresa, José Seripieri Filho, fechou seu acordo de colaboração premiada.
Dessa vez, o tíquete da aquisição foi bem mais alto: mais de R$ 600 milhões pelo preço verificado na bolsa. Com o bolso cheio, depois de captar R$ 8,4 bilhões na oferta inicial de ações realizada no fim do ano passado, e sem a insegurança a respeito do legado de Júnior, como Seripieri Júnior é conhecido, a Rede D’Or colocou o pé no acelerador. Entre meados de janeiro e o comecinho de fevereiro, o valor investido tinha sido da ordem de R$ 150 milhões, fazendo o total no ano estar próximo de R$ 750 milhões.
A Qualicorp é um caminho importante para a rede de hospitais fundada pela família Moll em 1974 — e que enfrenta a forte concorrência das empresas verticalizadas — conseguir ter na mão um dos principais canais de distribuição de planos de saúde para negociar pacotes com as operadoras.
Na B3, a Qualicorp era avaliada em pouco mais de R$ 9 bilhões. O investimento da Rede D'Or na empresa começou em 2019, mas ficou parado devido às investigações. Para quem já está se perguntando: o estatuto social da companhia não impõe nenhuma restrição à compra de grandes participações. Outros acionistas relevantes são Pátria Investimentos, com 10%, e Opportunity, com 6%.
A empresa terá eleição do conselho de administração em abril deste ano. De acordo com calendário no site de relações com investidores, a divulgação de resultados está programada para dia 23 e a convocação da assembleia ordinária, prevista para dia 30.
A Rede D'Or, que tem um agressivo projeto de expansão e consolidação, precisa garantir formas de crescer mesmo com o mercado de planos de saúde estagnado há uma década em 45 milhões de vidas.
No fim de semana, as duas maiores empresas do segmento, Hapvida e Grupo NotreDame Intermédica, fecharam uma fusão de mais de R$ 115 bilhões. Juntas, elas terão cerca de 20% do mercado nacional de saúde. A companhia resultante será a segunda maior do setor em avaliação de mercado, na cola da Rede D’Or, que valia há pouco R$ 135 bilhões na B3.
Com o encarecimento dos planos individuais e a conquista de participação de mercado dessas empresas unificadas, que atendem os pacientes apenas na própria rede de diagnóstico e hospitais, a Rede D’Or, que sempre teve um tíquete bem mais salgado, precisa se reinventar — ou a forma como vende seus serviços. Ainda mais para entregar o crescimento prometido ao mercado durante as reuniões para o IPO.
Ninguém duvida da capacidade da família Moll. A expansão entregue até aqui já surpreendeu muitos em muitas etapas do caminho. Contudo, o setor de saúde não para de se transformar, e isso vem junto a uma pressão cada dia maior por custos mais baixos.
Só em crescimento orgânico, a Rede D’Or tem em marcha projetos com capacidade para dobrar seu total de leitos operacionais em cinco anos. Mais as aquisições que não param. Para completar o quadro, seu próprio sucesso despertou rivais.
Para concorrer por ativos bons, três redes de hospitais estão com planos de IPO e já pediram à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) o registro para suas ofertas: Matter Dei, Kora saúde, com operações relevantes em Tocantins e Mato Grosso e planos mil para outros estados, e o grupo Hospital Care, que mira aquisições em hospitais de alta complexidade em regiões carentes.
É sempre a lei da oferta e da procura: quanto mais compradores tem um ativo, mais caro ele fica. E quanto maior a oferta de um produto, menos ele custa. O segmento de hospitais vive exatamente esse momento e os especialistas preevem que ainda vai levar um tempo até o ponto de equilíbrio, provavelmente, passando por mais distorções.