Weg: a fabricante de motores e equipamentos da indústria de energia subiu 15,43% (Leandro Fonseca/Exame)
Repórter Exame IN
Publicado em 15 de março de 2024 às 12h15.
Última atualização em 15 de março de 2024 às 20h53.
Os tempos mais difíceis para a WEG já ficaram para trás, na visão dos analistas do Itaú BBA. A equipe de Daniel Gasparete elevou a ação para compra quase um ano depois de rebaixar o papel, por acreditar que os três principais problemas que traziam incerteza sobre a performance da companhia já estão resolvidos.
“Boas ações não têm um baixo desempenho por muito tempo. A WEG acumula queda de 5% desde o nosso downgrade em maio, mais de 30% em relação ao Ibovespa e em relação aos seus pares globais. Isso levou a companhia a ser negociada com prêmio abaixo de sua média histórica em relação aos concorrentes”, afirmam os analistas.
Na época do downgrade para neutro, feito em maio do ano passado, a WEG estava em um contexto de:
Agora todos essas questões estão em pontos de inflexão, na visão do banco. Os estoques elevados para clientes, que dominaram o segundo semestre de 2022 e o ano de 2023 , estão chegando ao fim e melhorias no volume de pedidos devem se tornar mais evidentes a partir do segundo semestre de 2024.
“Em relação aos produtos de ciclo longo, nós antecipamos que vão continuar em um ritmo sólido, apoiando uma melhora na percepção de receita”, afirmam.
Com a perspectiva de aumento de pedidos, aliada ao fim das pressões de preço para baixo nos produtos de ciclo curto, a lucratividade da companhia tende a melhorar. O preço melhor será resultado de um processo de melhor demanda e estabilização de preços de commodities. A expectativa do banco é que as margens fiquem estáveis em 2024 em relação ao quarto trimestre do ano passado.
O cenário mais benigno no micro é completado por uma visão mais positiva também no macro. A queda nas taxas de juros nos Estados Unidos deve beneficiar a ação neste ano. “Conforme mostramos, o rendimento dos lucros da WEG tem uma correlação de 0,88 com as taxas de 10 anos nos Estados Unidos, o que indica que as ações também poderiam se beneficiar se os investidores se tornassem mais otimistas em relação ao ambiente macro no exterior, como visto em novembro e dezembro do ano passado”, dizem os analistas.
Em um cenário mais benigno, o ponto de atenção fica com o valuation ainda alto da empresa. Nos cálculos do banco, a ação é negociada a 30 vezes P/E em 2024 e 26 vezes P/E em 2025. “Nós reconhecemos que o ambiente mais benigno deve estar parcialmente precificado, com alta de 10% na ação desde a divulgação de resultados. Ainda assim, nós vemos um potencial limitado de queda para a ação dos níveis atuais enquanto encontramos espaço para a ação subir”, afirmam os analistas.
O banco calcula uma TIR de 18% para a ação, considerando um horizonte de investimento de três anos, além de um crescimento composto (CAGR) de 10% para o lucro durante esse período.
Entre os motivos que apoiam a tese, além dos mencionados acima, o banco vê tendências de curto e longo prazo que podem impulsionar a companhia, como mobilidade elétrica, nearshoring e hidrogênio verde — sem falar na compra de uma divisão importante da Regal Rexnord.