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Pizza Hut com massa fina, Frango Assado em mais estradas e KFC na rua: o futuro da IMC

Em entrevista ao Talk Show EXAME IN, Alexandre Santoro, CEO da companhia, afirma que é necessário trazer cada vez mais conveniência ao consumidor - sem perder de vista a inovação

Santoro: eficiência e expansão caminham de mãos dadas para as marcas do grupo; hoje, todas são rentáveis  (EXAME/Reprodução)

Santoro: eficiência e expansão caminham de mãos dadas para as marcas do grupo; hoje, todas são rentáveis (EXAME/Reprodução)

Karina Souza
Karina Souza

Repórter Exame IN

Publicado em 10 de junho de 2023 às 11h07.

Última atualização em 13 de dezembro de 2023 às 19h38.

Pensar em alimentação fora de casa é sinônimo de se deparar com uma das marcas da IMC. No shopping center — a 'praia' do paulistano — é fácil identificar os restaurantes Viena e KFC. Na rua, Pizza Hut e Olive Garden. E, na estrada, é rotina ver uma placa com as direções para o próximo Frango Assado. Diante de marcas tão consolidadas e diferentes entre si, como encontrar o caminho para que todas continuem crescendo? Para Alexandre Santoro, CEO da IMC desde 2021, a 'receita' tem a ver principalmente com disciplina financeira, expansão e eficiência operacional. Um conjunto de ingredientes que deu certo, ao menos até agora: em 2022, a primeira linha do balanço da IMC chegou ao patamar recorde de R$ 2,3 bilhões, com R$ 336,4 milhões de Ebitda. 

Continuar no ritmo de crescimento é o que Santoro tem em mente. E, para cumprir esse objetivo, o executivo mantém na cabeça a meta de eficiência operacional -- o que inclui visitas constantes às redes da companhia a fim de conhecer de perto o dia a dia de atendimento -- bem como planos de diversificação para pelo menos outras três marcas do portfólio: Pizza Hut, KFC e Frango Assado. Tudo, é claro, de acordo com o paladar do brasileiro.

"Temos uma série de sinergias aproveitadas entre todas as empresas do grupo. O que vai desde o back office até à produção de alimentos em si. Por exemplo, temos uma cozinha central que atende principalmente o Frango Assado, mas também o Viena e Olive Garden, com possibilidade de incluir a Pizza Hut daqui para frente. Um ponto que fortalecemos muito na pandemia, para entender melhor o nosso cliente, foi o de inteligência de mercado, com informações-chave para organizar marcas e menus", disse Santoro, em entrevista ao Talk Show EXAME IN.

Veja a entrevista completa no YouTube:

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A partir dessa maior quantidade de dados analisada -- e, é claro, ao conhecimento acumulado na operação de longa data no Brasil -- algumas novidades estão mapeadas para as três marcas do grupo. No tradicional restaurante de pizza Pan, o diferencial que a companhia procura, daqui para frente, é o de aumentar o leque de opções. Para tornar a Pizza Hut um hábito, mais do que um produto de nicho, a IMC lançou uma alternativa de massa mais fina no Brasil (a partir da própria fórmula usada para fazer o produto com a borda mais grossa), no “estilo New York”. 

"Também estudamos outras alternativas para ter mais vendas nesses outros momentos do dia. Por exemplo, o buffet de pizza. É rápido, de olho em quem está no intervalo e quer ter uma opção para comer sem perder tempo", afirmou o executivo. De olho nesses testes, a IMC avalia incluir massas para a hora do almoço nos restaurantes, por exemplo.

Em relação ao KFC, a principal novidade fica com as lojas de rua. Nos últimos anos, a marca do tradicional balde de frango frito passou por uma expansão acelerada, indo de 50 restaurantes em 2019 para 160 em 2023, com a maior parte delas dentro de shopping centers. "Foi uma decisão acertada na época, mas agora vejo muita oportunidade de ir para rua, com lojas drive-thru, por exemplo, que abrem a possibilidade de mudar a oferta de produtos em uma ocasião de consumo diferente de uma praça de alimentação", afirmou Santoro. 

Uma curiosidade: hoje, no Brasil, o volume de sanduíches comercializados pela marca fica consideravelmente acima do praticado nos Estados Unidos e demais países da América Latina, onde o frango, acompanhado dos molhos, é o carro chefe. É essa diversificação que o executivo mira ao trazer mais lojas para as ruas, especialmente pensando no delivery. 

E, por fim, em relação ao Frango Assado, o foco é aumentar a quantidade de lojas nas estradas do país -- principal 'nicho' pelo qual os restaurantes são conhecidos. O raciocínio é o de que ainda há muitos espaços no Brasil onde não há uma opção como os restaurantes da marca, de olho em oferecer um conjunto de comodidades para quem está viajando: desde uma refeição rápida até espaços maiores, com área kids e pet, por exemplo. 

"A gente tem uma diversidade enorme de públicos na estrada. Tem desde o executivo que para porque quer tomar café, viagens de casais e de famílias inteiras. De olho em atender a todos, criamos um 'fast track', em que é possível ser atendido e sair rapidamente, até as áreas maiores, para quem procura um tempo maior de descanso antes de voltar à estrada. Começamos esse novo modelo com a nossa loja da Carvalho Pinto, a maior que temos, e depois vamos expandir para as demais esse novo conceito", disse o CEO.

Todas as inovações visam atender a um mercado ainda subaproveitado. Nas contas da IMC, hoje, os Estados Unidos têm perto de 60%, 70% das opções de refeição pertencentes a redes. No Brasil, esse percentual é de 10% a 12%. Para aproveitar o potencial que esse mercado oferece, a saída é oferecer comodidade (hoje, o delivery responde por 30% da receita da companhia) aliada à qualidade.

"Temos uma vantagem muito grande de lidar com marcas conhecidas, onde o cliente confia que pode ir e não vai passar mal. Segurança alimentar é um pilar muito forte para nossos clientes e que certamente vamos continuar desenvolvendo ao longo do tempo", diz Santoro.

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