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Peso-pesado: Smart Fit já tem R$ 750 mi para IPO com Dynamo, CPP e GIC

Dynamo assina o maior cheque, no valor de R$ 350 milhões, mas lista de compradores inclui CPP e GIC

Smart Fit: com quase 1.000 unidades e presença em 13 países da América Latina, foco é aproveitar oportunidades para expandir (blueskyline/Thinkstock)

Smart Fit: com quase 1.000 unidades e presença em 13 países da América Latina, foco é aproveitar oportunidades para expandir (blueskyline/Thinkstock)

GV

Graziella Valenti

Publicado em 19 de maio de 2021 às 19h19.

Última atualização em 20 de maio de 2021 às 09h02.

A oferta pública inicial (IPO) da Smart Fit já parte, na largada, com demanda garantida para R$ 350 milhões que a gestora Dynamo, uma das mais badaladas casas de investimento fundamentalista e, certamente, a mais tradicional. A Dynamo já é acionista da companhia, mas com fatia pouco inferior a 5%, e deve ampliar sua exposição ao negócio com esse movimento.

A rede de academias fundada por Edgar Corona, atualmente a maior da América Latina e a segunda maior do mundo, é um desfile de grandes investidores. A lista começa com o Pátria Investimentos, que se tornou acionista majoritário com 51% das ações ordinárias, e tem ainda o Canada Pension Plan Investments (CPPI) e o fundo soberano de Cingapura (GIC). Corona participa do controle ao lado do Pátria, com 18,2% da empresa.

Além do investimento da Dynamo, CPP e GIC se comprometeram a colocar R$ 216 milhões e R$ 185 milhões, respectivamente, dentro do limite de suas fatias atuais na empresa (para evitar diluição) e até esse teto. O fundo canadense tem 12,4% e o GIC também detém 9,3%.

Portanto, a Smart Fit — que já recebeu um aporte de R$ 500 milhões dos sócios no fim de 2020 — tem mais R$ 750 milhões já garantidos. Os cortes feitos por CPP e GIC apontam para uma disposição de uma oferta primária próxima de R$ 2 bilhões pela companhia.

A Dynamo, por exemplo, condiciona a compra de ações à realização de uma captação primária de pelo menos R$ 1,7 bilhão (sem considerar lote adicional e suplementar), dos quais no mínimo R$ 600 milhões deverão vir dos investidores âncoras.

A Smart Fit vai buscar parâmetros internacionais, como a americana Planet Fitness — a maior do mundo — avaliada em quase US$ 7 bilhões e a holandesa Basic Fit, que vale pouco mais de 2 bilhões de euros.

A companhia teve uma receita líquida de R$ 607 milhões nos três primeiros meses do ano passado, pré-pandemia. Esse total recuou cerca de 38% de janeiro a março deste ano, para R$ 372 milhões.

A queda devido à pandemia, porém, não está assustando nem Corona nem sócios. Ao contrário, a sensação é de oportunidade. Tanto que a oferta é 100% primária, os atuais sócios já garantiram dinheiro novo e a destinação dos recursos é, segundo as letrinhas do prospecto: “retomada do plano de crescimento de academias Smart Fit; (II) aquisição de ações da SmartEXP; (III) oportunidades de aquisições estratégicas; e (IV) investimentos em iniciativas para o desenvolvimento e fortalecimento do ecossistema fitness da companhia”.

A SmartEXP foi uma subsidiária criada para que a empresa pudesse, com recursos de sócios, seguir com o projeto de expansão sem que isso afetasse a liquidez da holding devido à renegociação de condições das dívidas. Como o Ebitda despencou em razão do confinamento, os índices de alavancagem usados como parâmetros junto aos credores explodiram temporariamente e foi necessária repactuação de limites. Com o mercado cada vez mais interessado em ativos ligados à retomada da atividade, a Smart Fit viu oportunidade. O momento das pares internacionais também é positivo e confirma a recuperação.

A empresa opera hoje um total 928 unidades (78 a mais do que em março de 2020), com presença em 13 países, e 2,4 milhões de alunos inscritos, dos quais pouco mais de 430 mil são de pacotes digitais lançados durante a pandemia, após a compra da startup "Queima Diária". Agora, está ampliando frentes, como programas de nutrição e saúde, de forma geral.

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