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Pepkor compra Grupo Avenida, de vestuário, para crescer fora da África

Companhia de vestuário da África do Sul tem 5.500 lojas em dez países e receita anual de US$ 5 bilhões

Grupo Avenida: força no Centro-Oeste e Norte do país com 130 lojas (Avenida/Divulgação)

Grupo Avenida: força no Centro-Oeste e Norte do país com 130 lojas (Avenida/Divulgação)

GV

Graziella Valenti

Publicado em 1 de fevereiro de 2022 às 19h21.

Última atualização em 1 de fevereiro de 2022 às 19h27.

O maior grupo de varejo de vestuário da África do Sul, a Pepkor, comprou o controle do Grupo Avenida, varejista do mesmo segmento, com atuação nas regiões Centro-Oeste e Norte do Brasil, que tentou abrir capital na B3 no ano passado mas desistiu com a piora do mercado.

Com quase 5.500 lojas em dez países africanos, o objetivo é transformar o Grupo Avenida em uma plataforma de crescimento aqui no país, um mercado totalmente novo para a empresa. A Pepkor, que carrega com orgulho e como missão ser um varejo moderno de bens acessíveis, vem reforçando nos últimos anos o projeto de ser globalmente reconhecida por seu posicionamento.

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Mirou, então, no Brasil, uma economia namorada por muitos países com seus mais de 210 milhões de habitantes. O PIB do Brasil, de US$ 1,3 trilhão em 2020, representa mais de 4 vezes o produto interno da África do Sul, que somou US$ 302 bilhões no mesmo período. O fit entre os negócios era algo que os investidores de ambas as companhias já reparavam e a paquera entre elas, que agora deu em casamento, é antiga. Mas a conversa só engatou mesmo quando os planos de ir para a bolsa foram encerrados.

Os valores da transação são mantidos sob sigilo, apesar de a Pepkor ser uma companhia de capital aberto, avaliada em torno de US$ 5,4 bilhões. O investimento deve ser anunciado em breve na África do Sul, mas sem os detalhes.

As companhias têm posicionamento bastante semelhante de mercado, voltadas para as classes C, D e E. A Pepkor, porém, além de maior, possui atuação mais diversificada — também opera com eletrônicos, móveis e até material de construção. Nos 12 meses terminados em setembro de 2021, a empresa sul-africana, com mais de 100 anos de história, teve receita da ordem de US$ 5 bilhões.

Os números atuais do Grupo Avenida não são conhecidos, mas quando registrou prospecto preliminar no início de 2021 na Comissão de Valores Mobiliários (CVM) mostrava receita líquida de R$ 640 milhões, em 2020, e de R$ 680 milhões, em 2019.

A rede tinha, na ocasião, 130 lojas espalhadas por 11 estados brasileiros. Fundada em 1978 em Cuiabá, a empresa também marca presença em alguns estados do Nordeste e do Sudeste, com as lojas Avenida e a Giovanna Calçados. Quando planejou o IPO, a família Caselli já tinha intenção de vender parte de suas ações, além de buscar recursos para investir em tecnologia, logística e no retrofit das lojas, além de abertura de novas. Além de adquirir parte da família e a fatia do Kinea, a Pepkor também fará um aporte de recursos na companhia.

Em 2014, a rede recebeu um aporte de R$ 250 milhões da gestora de private equity Kinea, que ficou com 20% do negócio. Agora, com a transação, os fundos II e III da casa, onde o investimento estava alocado, venderam toda a posição. A família Caselli, fundadora e até então controladora do Avenida, continuará como acionista minoritária e ainda à frente da operação.

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