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Para se proteger do cenário fiscal, a recomendação do BofA é comprar... Petrobras

Banco eleva a recomendação da estatal de neutro para compra e o preço-alvo para R$ 47, com redução de preocupações sobre governança corporativa

Petrobras: estatal deve continuar entregando retornos de caixa atraentes este ano, diz BofA (CFOTO/Future Publishing/Getty Images)

Petrobras: estatal deve continuar entregando retornos de caixa atraentes este ano, diz BofA (CFOTO/Future Publishing/Getty Images)

Raquel Brandão
Raquel Brandão

Repórter Exame IN

Publicado em 27 de junho de 2024 às 14h21.

Última atualização em 27 de junho de 2024 às 16h04.

Depois da agitação em torno da nomeação de Magda Chambriard como CEO, a poeira baixou na Petrobras. Mais do que isso. Para o Bank of America, o papel virou uma proteção contra os problemas fiscais do Brasil.

O banco elevou a recomendação da estatal de neutro para compra e o preço-alvo de R$ 42 para R$ 47, implicando um prêmio de 20% sobre o fechamento anterior. O recibo de ações, negociado na Bolsa de Nova York, foi elevado de US$ 16,80 para US$ 17,90.

“Notavelmente, a pendência relacionada às disputas fiscais envolvendo o CARF foi resolvida em termos muito favoráveis, e a política de preços de combustíveis da empresa foi mantida”, escreveram Caio Ribeiro, Leonardo Marcondes e Mariana Leite, acrescentando que há mensagens fortes de apoio do governo e da estatal para a exploração da Margem Equatorial.

E mesmo com o tom expansionista das falas da nova CEO e do governo, o time do BofA acha pouco provável que o capex da Petrobras aumente significativamente em relação aos níveis apresentados no último plano estratégico da empresa. Atualmente, a aprovação de investimentos em novos projetos passa por diversas camadas e depende do aval de um comitê composto por 12 gerentes executivos de vários departamentos da companhia.

Para a equipe, a Petrobras deve continuar entregando retornos de caixa atraentes este ano. “Em nossa visão, mesmo em cenários que consideram movimentos de fusões e aquisições (mais provavelmente a refinaria RLAM), os retornos de caixa da Petrobras ainda seriam atraentes no curto prazo.”

Considerando a projeção de preços do barril de petróleo de US$86 para 2024 e US$80 para 2025, o fluxo de caixa livre deve atingir US$20,9 bilhões neste ano, resultando em um yield de 23%, e US$13,3 bilhões, com um yield de 15%.

“Também atribuímos uma alta probabilidade de que os R$22 bilhões restantes na reserva de remuneração de capital sejam pagos como dividendos ainda este ano”, acrescentam.

Um dos mais representativos do Ibovespa, o papel da Petrobras está subindo 1,71% no começo da tarde desta quinta-feira, 27. No ano, a ação acumula alta de 11,69%.

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