Brazilian current money in 2022, Brazilian coins on a financial market chart, economic market symbol (Edson Souza/Getty Images)
Repórter Exame IN
Publicado em 29 de janeiro de 2024 às 12h26.
A bolsa brasileira está uma pechincha comparada com outros mercados emergentes e até mesmo com os Estados Unidos, na visão do BTG Pactual (do mesmo grupo de controle da Exame).
“Ao compararmos as avaliações e retornos das ações locais com outros mercados internacionais, o Brasil se destaca claramente”, diz relatório assinado por Carlos Serqueira.
A bolsa brasileira se destaca com um retorno sobre o patrimônio líquido (ROE) estimado em 18,8% para 2024 --muito semelhante ao de outros mercados, como o da Índia, de 19% e os Estados Unidos, de 25%. Mas a bolsa brasileira está muito mais descontada. Os papéis indianos e americanos estão negociando a múltiplos mais altos em relação ao lucro futuro, de 21x e 20x, respectivamente. No Brasil, esse patamar é de apenas 8 vezes.
Os números consolidados, contudo, escondem um detalhe importante: eles são impulsionados por Petrobras e Vale, que representam quase 40% dos lucros do Ibovespa. Excluindo as duas gigantes, o ROE deste ano vai para 14,3% (próximo do patamar média dos últimos 20 anos, de 15%), enquanto a relação preço/lucro sobre para 10 vezes. "Ex-Petro e Vale, as ações brasileiras não parecem tão baratas, mas eles ainda são 'razoavelmente atraentes'", diz Sequeira.
Num cenário de juros em queda – o mercado projeta a Selic a 9% no fim do ano – a expectativa é de lucros até 22% maiores para as companhias até o final de 2024. Essa combinação de queda de juros e melhoria nos lucros, poderia levar a múltiplos preço/lucro de 11,5x. Aplicando o ROE histórico de 15%, o Ibovespa pode ter um ‘upside’ de 14%, passando dos 147 mil pontos.
Ao incluir Petrobras e Vale, esse ROE salta. Em uma simulação otimista com ROE de 17% e múltiplo chegando a 12,3x, os ganhos do Ibovespa seriam de 22%, superando o patamar de 157 mil pontos. Hoje, a bolsa negocia a cerca de 128 mil pontos.