Amigão: rede paulista foi a 12º aquisição da Plurix, que vê espaço para mais compras (Plurix/Divulgação)
Repórter Exame IN
Publicado em 27 de agosto de 2024 às 13h37.
Última atualização em 27 de agosto de 2024 às 19h02.
Depois de chegar a sua 12ª aquisição em junho, com a rede paulista Amigão, a Plurix, empresa de varejo alimentar do Pátria Investimentos, continua com apetite para novas aquisições.
“A gente acredita que o movimento de consolidação não vai parar. As grandes empresas vão voltar ao balcão de compras”, diz Jorge Faiçal, CEO da Plurix.
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A companhia, que considera uma saída da empresa de investimento só partir de 2026 ou 2027, diz que estuda, além de novas compras, um movimento de fusão para daí seguir para um potencial IPO.
Segundo ele, o setor de varejo alimentar, que movimenta cerca de R$ 1 trilhão ao ano, tem cerca de R$ 300 bilhões concentrados em três a cinco maiores, mas ainda resta uma cauda longa de diversas redes regionais com faturamento na casa R$ 1 bilhão.
Esses ativos que estão no portfólio atual da Plurix, hoje com 180 lojas no interior de São Paulo e no Paraná e receita anual de R$ 10 bilhões anuais – e que continuam no radar.
“Empresas do interior do país precisam estar num grupo de faturamento superior a R$ 1 bilhão ou R$ 2 bilhões para ter mais poder de negociação com fornecedores”, argumenta Faiçal.
O CEO da Plurix foi um dos convidados do painel de varejo alimentar da 25ª Conferência Anual do Santander. Além dele, participaram Eric Alencar, CFO do Carrefour, e Marcelo Pimentel, CEO do GPA.
Na avaliação dos gestores, as grandes empresas devem voltar ao balcão de negociações novamente. “Existe muita oportunidade do ponto de vista regional, mas também de formatos”, diz Faiçal.
Autointitulada “uma jabuticaba no varejo brasileiro”, a Plurix consolida suas 12 redes em quatro plataformas (Jundiaí, Assis, Garapoava e Maringá), com 100% da gestão local. Áreas de backoffice, como plataforma ecommerce ou centro de distribuição, são concentradas na gestão da Plurix, num “trabalho transversal” a fim de ganho de sinergia, explica Faiçal.
Na receita de consolidação da Plurix, estão algumas regras. Uma delas é não comprar empresa em turnaround. “Tem que ter rentabilidade preservada”, disse Faiçal.
A densidade geográfica também importa, segundo Faiçal, pois ajuda a escalara, dado que o grupo de lojas tem mais market share e poder de compra.
Em meio ao processo de digestão da aquisição do Grupo BIG, que levou a prejuízos ao longo de 2023 e intensificação de fechamento de lojas e conversões, o Carrefour Brasil deve seguir mais conservador no curto a médio prazo, segundo Alencar. No entanto, “a consolidação é inevitável.”
De acordo com ele, houve um momento de aumento de aberturas muito grande na pandemia. O primeiro soluço veio entre 2022 e 2023, quando se percebeu que não era bem assim – era preciso ter escala, no diagnóstico dos gestores.
“Vemos o momento de forma muito positiva. O que nos limita hoje é conservadorismo de gestão, porque estamos saindo do processo de digestão. Mas não achamos que está saturado”, disse Alencar.
Em meio ao processo de turnaround do negócio, o CEO do GPA, Marcelo Pimentel, é mais cético. “Grande risco é que é um processo muito difícil e se não feito da maneira certa, pode trazer muito efeito ruim”, afirmou, destacando que o foco da companhia segue em consolidar sua estratégia de expansão em São Paulo e fortalecimento da marca no segmento premium