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Oncoclínicas vai levantar R$ 1,5 bi ancorada pelo Master – a R$ 13 por ação

Preço na operação é 90% acima do valor de tela; financiado pelo banco, CEO Bruno Ferrari vai colocar R$ 500 milhões

CEO Bruno Ferrari dobra a aposta e deve chegar a 10% da capital da companhia  (Divulgação)

CEO Bruno Ferrari dobra a aposta e deve chegar a 10% da capital da companhia (Divulgação)

Natalia Viri
Natalia Viri

Editora do EXAME IN

Publicado em 22 de maio de 2024 às 22h31.

Última atualização em 23 de maio de 2024 às 09h26.

QA Oncoclínicas acaba de anunciar que vai fazer um aumento de capital privado de R$ 1,5 bilhão, numa operação que marcará a entrada do Banco Master na empresa e deve trazer um alívio importante na estrutura de capital.

Por meio de dois fundos de investimento, com capital próprio e de terceiros, o banco de Daniel Vorcaro está garantindo R$ 1 bilhão na operação, além de financiar o CEO e fundador da Oncoclínicas Bruno Ferrari, que se comprometeu a colocar R$ 500 milhões.

O preço da ação na emissão chama atenção: será de R$ 13, mais de 70% acima do preço de tela no fechamento de hoje e 90% superior à cotação média dos últimos 30 dias. O valor foi estabelecido com base num laudo de avaliação feito pela XP e é praticamente equivalente à cotação do fim de 2023.

Neste ano, as ações da Oncoclínicas caem 44% e estão cotadas a R$ 7,25.

“A operação nasce de uma visão da nossa parte de que a empresa está subavaliada e tem muito potencial de crescimento”, disse Daniel Vorcaro, presidente do Banco Master, ao INSIGHT.

“Tem uma conjuntura macroeconômica e setorial mais complicada, mas estruturalmente é um negócio que tem muito valor e nos próximos anos deve valer muito mais que esses R$ 13.”

Nos últimos meses, veículos ligados ao banco já vinham comprando ações da Oncoclínicas em bolsa e chegaram a uma participação de 6%, segundo o empresário. Com os 12% que devem chegar após a conclusão do aumento de capital, essa fatia passará a algo mais próximo de 20%.

A Oncoclínicas tem uma poison pill pela qual nenhum acionista pode ter mais de 15% do capital, sob a pena de ter de realizar uma oferta por todas as ações.

Mas, de acordo com a companhia, uma cláusula isenta o acionista dessa responsabilidade caso a barreira seja rompida via aumento de capital privado.

O Goldman Sachs, maior acionista, com 45% da Oncoclínicas, vai ceder seu direito de preferência ao Master e a Ferrari, e deve cair para 36% do capital.

Ferrari, por sua vez, está indo de ‘all in’ – reforçando sua confiança no futuro da companhia. Com o aporte de R$ 500 milhões, passa dos atuais 3,6% para cerca de 9% do capital, respondendo, em certa medida, à crítica de alguns investidores de que teria ficado com pouco skin in the game na companhia.

O Master não deve entrar no acordo de acionistas firmado entre Ferrari e a Goldman Sachs, mas garantiu um assento no conselho, que deve ser ocupado pelo próprio Vorcaro.

Com a operação, a alavancagem da Oncoclínicas, que estava em 3,9 vezes o EBITDA ao fim do primeiro trimestre deve cair para algo em torno de 2,6 vezes. A companhia sinalizou um guidance de endividamento na casa das 2 vezes ao fim de 2024.

“A entrada no Master nos dá uma folga e musculatura para perseguir nosso objetivo estratégico de seguir crescendo. Tem um pipeline interessante de projetos, que sempre sinalizamos o mercado e que vamos continuar perseguindo, sempre atentos à disciplina de capital”, afirma Ferrari.

Ambos mineiros, Vorcaro e Ferrari são amigos de longa data. O presidente do Banco Master – que já tem investimentos em saúde na farmacêutica Biomm, e na Alliar, de medicina diagnóstica – disse que tem um grande interesse no setor de saúde e que vê potencial para seguir aumentando a participação na Oncoclínicas.

“Tenho certeza que é só o começo de uma grande parceria”, afirmou.

Os acionistas de Oncoclínicas terão até 25 de junho para exercer direito de preferência, mas a maior parte deve ficar de fora, dado a discrepância em relação ao valor de Bolsa. A diluição para quem não entrar na operação é de 20%.

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