Exame IN

Oncoclínicas cai 15% por expectativa de queima de caixa

Prévia do BofA sinaliza alongamento de prazos de pagamento e consumo de caixa na casa dos R$ 420 milhões no primeiro trimestre; companhia divulga resultados na segunda-feira (13)

Oncoclínicas: CEO Bruno Ferrari vê mercado mais saudável, com menos pressão por parte dos planos de saúde (Oncoclínicas/Reprodução)

Oncoclínicas: CEO Bruno Ferrari vê mercado mais saudável, com menos pressão por parte dos planos de saúde (Oncoclínicas/Reprodução)

Natalia Viri
Natalia Viri

Editora do EXAME IN

Publicado em 8 de maio de 2024 às 11h57.

Última atualização em 8 de maio de 2024 às 12h04.

As ações da Oncoclínicas abriram o dia pressionadas após uma prévia de resultados divulgada pelo Bank of America Merrill Lynch (BofA) sinalizar uma queima de caixa elevada para o primeiro trimestre, de R$ 420 milhões.

Os papéis só saíram do leilão de abertura perto das 11h, com queda de 15%, com volume elevado, na casa dos R$ 25 milhões já na primeira hora de pregão – sinalizando uma forte reversão de expectativas.

Nos últimos dois meses, a média diária total de negociação é de R$ 30 milhões.

Os investidores com projeções mais agressivas esperavam uma queima de caixa de R$ 300 milhões para os primeiros três meses do ano.

A companhia divulga seus resultados no dia 13. Normalmente, antes da divulgação, as empresas calibram as expectativas do mercado por meio das interações com os analistas do sell side.

A principal pressão no resultado, na avaliação do BofA, deve vir do aumento do prazo de recebíveis, que deve passar de 106 dias no fim de 2023 para 118 dias no encerramento de março.

O movimento reflete uma postura mais dura dos planos de saúde, que têm se financiado via os fornecedores para conseguir navegar num cenário de maior sinistralidade e pressionado todos os prestadores de serviço do setor.

A Oncoclínicas tem uma dependência elevadas nas Unimeds, especialmente a do Rio e a Central Nacional, que vem passando por um momento delicado.

Neste começo de ano, a rede de clínicas oncológicas vinha sinalizando um prazo de pagamento estável, segundo gestores ouvidos pelo INSIGHT.

“A questão é que, se esse cenário de queima de caixa de materializar, a alavancagem pode passar das 3,5 vezes e a empresa pode precisar de capital”, aponta um investidor que acompanha de perto a companhia.

Ao fim do ano passado, a Oncoclínicas tinha uma alavancagem de 3,1 vezes. A companhia tem dívidas com cláusulas que determinam vencimento antecipado caso esse indicador passe das 3,5 vezes. O indicador, contudo, só é apurado ao fim deste ano.

Ainda nas contas do BofA, a margem EBITDA deve ficar em 17,3% no primeiro trimestre, 5,2 pontos percentuais abaixo dos 22,6% do mesmo período do ano passado. O banco estima um lucro líquido para os controladores de R$ 19 milhões no período, 60% abaixo do consenso de mercado.

Acompanhe tudo sobre:SaúdeBalançosOncoclínicasMercadosEmpresas

Mais de Exame IN

Mais Porto, menos Seguro: Diversificação leva companhia a novo patamar na bolsa

Na Natura &Co, leilão garantido e uma semana decisiva para o futuro da Avon

UBS vai contra o consenso e dá "venda" em Embraer; ações lideram queda do Ibovespa

O "excesso de contexto" que enfraquece a esquerda