Exame IN

Oncoclínicas amplia participação em parceria com a Unimed

Empresa paga R$ 100 milhões para aumentar fatia nas praças de São Paulo, Salvador e Brasília de 50% para 75%

Oncoclínicas: plano é se tornar polo para tratamento de câncer no Oriente Médio, com unidade de 9 mil metros quadrados (Getty )

Oncoclínicas: plano é se tornar polo para tratamento de câncer no Oriente Médio, com unidade de 9 mil metros quadrados (Getty )

Natalia Viri
Natalia Viri

Editora do EXAME IN

Publicado em 10 de outubro de 2023 às 13h03.

Última atualização em 13 de outubro de 2023 às 10h21.

A Oncoclínicas está ampliando sua participação nas joint ventures de clínicas oncológicas com as Unimeds de São Paulo, Salvador e Brasília. A companhia está pagando R$ 100 milhões para ampliar sua fatia de 50,1% para 75%, numa operação que avalia os ativos ao todo em R$ 450 milhões.

O desembolso será feito ao longo dos próximos 12 meses. A parceria com a Unimed Nacional nessas três praças foi firmada em 2019 e diz respeito ao tratamento ambulatorial, que envolve principalmente quimioterapia e outras terapias de infusão.

A Oncoclínicas se consolidou em grande parte com parcerias com planos de saúde, oferecendo uma espécie de verticalização virtual, numa forma de auxiliar as empresas a controlar melhor os custos com tratamentos oncológicos. E, nos últimos meses, a Oncoclínicas vem sinalizando ao mercado que quer diminuir a fatia dos resultados que ficam com minoritários nas aquisições e parcerias.

Desde meados do ano passado, a companhia vem aprofundando suas parceiras com o Sistema Unimed – rede de planos que já tem grande representatividade na receita.  Em maio, anunciou o pagamento de R$ 350 milhões para ficar com 100% dos hospitais que operava em parceria com a Unimed-Rio desde 2013. A Unimed-Rio, sozinha, responde por cerca de 10% da receita da Oncoclínicas.

O movimento é explicado em parte por uma estratégia de otimização fiscal. Como as aquisições da Oncoclínicas em esquema de joint venture são feitas via subsidiárias, a amortização do ágio acaba não contando para fins de dedução de Imposto de Renda, o que acaba resultando numa alíquota maior, que pesa no resultado da holding.

Em agosto foi firmada uma joint venture com a Unimed Recife, pagando R$ 280 milhões por um contrato de exclusividade para tratamentos oncológicos por 30 anos de uma base de 182 mil beneficiários, mais 90 mil de outras Unimeds que usam a rede da Unimed Recife em sistema de intercâmbio.

Nesse caso, os serviços serão prestados pela rede atual da Oncoclínicas em Recife, que soma quatro clínicas e tem 120 médicos na cidade.

A companhia também está investindo R$ 300 milhões em parceria com a Unimed São Paulo para construção de um cancer center na cidade. Diferentemente das clínicas ambulatoriais, os cancer centers são hospitais completos, que além de tratamentos de quimio e radioterapia, que contam com serviços de exames mais complexos e cirurgias. Nessa parceria, a Oncoclínicas tem 75%.

Acompanhe tudo sobre:SaúdePlanos de saúdeOncoclínicas

Mais de Exame IN

Fim da guerra da cerveja? Pelas vendas de setembro, a estratégia da Petrópolis está mudando

“Equilíbrio fiscal não existe, mas estamos longe de uma crise”, diz Felipe Salto

Mais Porto, menos Seguro: Diversificação leva companhia a novo patamar na bolsa

Na Natura &Co, leilão garantido e uma semana decisiva para o futuro da Avon