Marcelo Lombardo, presidente e cofundador da Omie: “Estamos apostando em uma convergência forte entre o mundo de software e o mundo de serviços financeiros” (Omie/Divulgação)
Carolina Ingizza
Publicado em 26 de outubro de 2021 às 15h23.
Última atualização em 26 de outubro de 2021 às 16h28.
A plataforma de gestão em nuvem Omie acaba de anunciar um aporte minoritário do gigante chinês Tencent, dono do WeChat e investidor do Nubank no Brasil. A captação é uma extensão da rodada série C da companhia, de 580 milhões de reais, anunciada em agosto deste ano e liderada pelo SoftBank.
Além do conglomerado japonês, participaram na época os fundos Dynamo, VELT, Bogari Capital, Hix Capital e Brasil Capital, que podem apoiá-la em uma futura abertura de capital nos Estados Unidos. Até então, a startup tinha captado cerca de 110 milhões de reais com os fundos Astella e Riverwood Capital.
Com o capital extra, a empresa tem mais fôlego para tentar abocanhar uma melhor posição na corrida entre bancos, fintechs e empresas de software pelo enorme mercado de pequenas e médias empresas do Brasil. De acordo com o Sebrae, há mais de 17 milhões de pequenos negócios no país, responsáveis por cerca de 30% do PIB brasileiro. A estratégia de aquisições, que já está em curso, também ganha mais força.
“Estamos crescendo de forma exponencial e essa extensão, junto aos demais aportes que recebemos, vai nos permitir acelerar e levar nossa experiência inovadora para cada vez mais empreendedores. Além disso, estamos muito animados em termos também conosco agora um grupo com tanta experiência em novas plataformas que combinam software e serviços financeiros, parte crucial do nosso dia a dia", disse o fundador e presidente Marcelo Lombardo, em nota.
A Omie foi criada como um alternativa aos softwares de gestão tradicionais, usando inteligência artificial e educação tentar se diferenciar dos outros sistemas disponíveis no mercado. Desde 2019, com o lançamento de sua conta digital, a companhia está construindo um ecossistema de produtos para atender micro e pequenas empresas. “Apostamos em uma convergência forte entre o mundo de software e o mundo de serviços financeiros”, disse Lombardo em entrevista anterior ao EXAME IN.
Com a pandemia, a Omie expandiu sua atuação para empresas de porte um pouco maior, que faturam entre 10 milhões e 200 milhões de reais por ano. “Para elas, trocar o sistema de ERP na crise fazia sentido, pois a gente tem um preço muito competitivo”, diz Lombardo. A startup também conquistou empresas que precisaram digitalizar suas operações, até então mantidas no papel ou no Excel, por conta do home office. No total, a companhia cresceu 70% em 2020.
O movimento de unir gestão com finanças não é exclusivo da Omie. A aquisição da Linx pela Stone por 6,7 bilhões de reais, no ano passado, também tinha o mesmo objetivo. Com foco no varejo, a Stone quer ser a principal solução para as pequenas e médias empresas brasileiras, com um pacote que engloba a maquininha, a frente digital e ainda toda a gestão financeira.
No mundo das fintechs, os competidores também não são poucos. A Conta Azul, que foi criada para ajudar empresas com a gestão fiscal e tributária, hoje já oferece uma solução completa de gestão. Do lado dos bancos digitas, há empresas capitalizadas como Nubank, C6 Bank, Inter, Neon, Cora e Linker disputando as finanças das PMEs. A tendência é que as soluções que conseguirem construir o melhor ecossistema de produtos conquistem o mercado.
Assine a EXAME e acesse as notícias mais importantes em tempo real.
Seu feedback é muito importante para construir uma EXAME cada vez melhor.