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O novo trunfo da Nvidia para crescer no mercado chinês  

Companhia está prestes a lançar novo modelo de chip para contornar restrições a exportações impostas pelos EUA

Nvidia: Novo GPU deve ter desempenho até 20% superior ao anterior voltado ao mercado chinês (Nvidia/Divulgação)

Nvidia: Novo GPU deve ter desempenho até 20% superior ao anterior voltado ao mercado chinês (Nvidia/Divulgação)

Karina Souza
Karina Souza

Repórter Exame IN

Publicado em 13 de novembro de 2023 às 09h22.

Última atualização em 27 de dezembro de 2023 às 17h28.

Depois de uma alta de mais de 200% neste ano, um dos riscos para a tese de investimento na Nvidia parece estar sendo mitigado. De acordo com a consultoria SemiAnalysis -- referência no mercado de semicondutores -- a companhia está prestes a lançar um novo modelo para driblar as restrições do governo americano. 

  A Nvidia está trabalhando em novos GPUs – chips de processamento gráfico que ganharam mais relevância com o avanço da inteligência artificial -- voltados para o mercado chinês, que prometem ser 20% mais rápidos do que os modelos atuais , de acordo com o relatório divulgado no fim da semana passada pela consultoria.  

O novo modelo deve ficar mais próximo do que a companhia deve lançar no ano que vem nos EUA (o chip GPU B100) do que da oferta atual (o modelo H100).   

O movimento chama a atenção porque, se confirmado, será a segunda vez em pouco menos de um ano que a companhia consegue desenvolver novos produtos para manter o suprimento ao país asiático.  

Em meio à guerra de semicondutores, em outubro de 2022, a administração de Joe Biden proibiu as vendas dos modelos ‘top de linha’ de GPUs, o A100 e H100, para a China. Em resposta, a companhia desenvolveu dois modelos para o mercado chinês, o A800 e o H800, que contornaram a regulação.  

No último mês, os EUA ajustaram as proibições e, então, esses novos modelos também passaram a ser proibidos na exportação para a China. Agora, a Nvidia mostra que conseguiu se adaptar rapidamente também, principalmente por causa do domínio que a companhia tem sobre sua cadeia de suprimentos.  

De acordo com o Financial Times, a companhia já começou a mandar amostras desses novos chips para consumidores testarem, o que sugere que a Nvidia pode começar a exportá-los em breve. 

O movimento veio como uma surpresa para os analistas da SemiAnalysis, que, em relatório divulgado em outubro, defendiam a tese de que a empresa não conseguiria repetir a façanha cumprida no início deste ano — desenvolver um novo modelo para contornar a regulação. “Eles basicamente teriam que voltar ao modelo V100, lançado em 2017”, escreveram, há menos de um mês. 

A novidade também foi notada pelos analistas Thiago Kapulskis, Gabriela Moraes e Christian Faria, do Itaú BBA. Em relatório divulgado nesta sexta-feira, eles apontam que um movimento como este não era esperado tão cedo. Hoje, eles têm um preço-alvo de US$ 465,74 por ação para a Nvidia, um potencial de alta de 28.8% em relação a cotação atual.  

De acordo com o relatório trimestral mais recente, a China representa 20% da receita da companhia, totalizando US$ 2,7 bilhões (de um total de US$ 13 bilhões). A participação permanece a mesma do ano passado, acompanhando o crescimento de receita da companhia em todas as regiões em que atua. As vendas para a China cresceram 71% na comparação anual, enquanto a receita total mais do que dobrou no período, impulsionada impulsionado principalmente pelas vendas nos Estados Unidos.  

A nova oferta representa uma forma de a companhia manter o ritmo observado até aqui.  

Ao longo de 2023, o valor de mercado da Nvidia mais que triplicou e ultrapassou US$ 1 trilhão, na esteira da demanda global de aplicações de inteligência artificial. Os chips A100 e H100 se tornaram os principais produtos para companhias que querem criar large language models, cujo principal exemplo é o ChatGPT. 

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