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Nuvini, grupo de Pierre Schurmann, anuncia quinta aquisição do ano

Empresário está construindo uma holding de empresas de software como serviço. Sua nova adquirida, a Onclick, oferece soluções de gestão para e-commerces

Pierre Schurmann, fundador da Nuvini: o investidor e empreendedor serial planeja que o grupo atinja um faturamento de R$ 450 milhões até o final de 2021 (Nuvini/Divulgação)

Pierre Schurmann, fundador da Nuvini: o investidor e empreendedor serial planeja que o grupo atinja um faturamento de R$ 450 milhões até o final de 2021 (Nuvini/Divulgação)

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Carolina Ingizza

Publicado em 30 de abril de 2021 às 13h00.

Última atualização em 30 de abril de 2021 às 13h08.

O grupo Nuvini, criado em 2020 pelo empreendedor e investidor Pierre Schurmann, dá mais um passo no seu plano de construir uma holding de empresas de software. Nesta sexta-feira, 30, a companhia anuncia a compra da Onclick, empresa de tecnologia conhecida por seus sistemas de gestão para e-commerce. Essa é a quinta aquisição anunciada pelo grupo desde o começo do ano — a meta é terminar 2021 com 15 novas empresas no portfólio.

Fundada em 1999, a Onclick foi adquirida em 2014 pelo empreendedor Marcel Farto, que comanda a operação. Foi ele o responsável por posicionar a companhia no segmento de e-commerce. Hoje, a empresa fornece sistemas que ajudam empresas como Arezzo, Carmen Steffens e Jogos Grow a organizar desde a emissão de nota fiscal dos pedidos até o controle de logística e estoque.

“Precificamos o software com base no volume de pedidos de cada cliente, então as mensalidades podem sair por valores a partir de R$ 450 e chegar até quase R$ 100.000, a depender do porte da empresa”, diz Farto. No total, o negócio atende mais de 1.100 clientes pelo Brasil e tem cerca de 130 funcionários.

“Seguimos com nosso modelo de trazer excelentes empresas de software para o grupo. Nosso objetivo é oferecer todo o suporte para que elas consigam crescer mais rápido”, diz Schurmann. No caso da Onclick, o negócio cresceu 35% em 2020 e agora, com apoio da holding, espera duplicar o tamanho da sua operação ao longo dos próximos três anos.

Gigante do software

Depois de 10 anos no comando da Bossa Nova Investimentos, casa de venture capital que fundou ao lado do investidor João Kepler, Schurmann decidiu que era hora de novas aventuras. Em 2020, o empreendedor, famoso desde a adolescência pelas viagens de barco ao redor do mundo da sua família, foi buscar no exterior a inspiração para construir um novo negócio de sucesso. O objetivo não era pequeno: construir uma empresa brasileira de tecnologia com porte global.

A inspiração para a Nuvini veio da gigante canadense Constellation, que nos últimos 26 anos construiu um conglomerado avaliado em cerca de US$ 32,5 bilhões adquirindo cerca de 60 empresas de softwares por ano e mantendo seus fundadores na operação. “Esse modelo incentiva que todos os empreendedores foquem no crescimento de seus negócios, já que têm participação no grupo. Se um ganha, todos ganham”, diz Schurmann.

Para conseguir repetir os feitos no Brasil, o empreendedor aposta em uma equipe enxuta de 22 pessoas com experiência em empresas como Pátria, Google e Loggi para orientar as adquiridas no seu dia a dia operacional. Um dos destaques do quadro é o sócio Aaron Ross, que se juntou ao grupo no final do ano passado trazendo sua experiência em vendas. Formado em Stanford, o engenheiro passou pela Salesforce, uma das maiores empresas de software do mundo, onde desenvolveu um método próprio para a área comercial.

Até agora, a operação da Nuvini tem mostrado bons resultados. No primeiro trimestre de 2021, a holding faturou R$ 25,4 milhões, R$ 5 milhões a mais que o total do ano passado inteiro. Os resultados deram confiança para o grupo traçar metas agressivas: a projeção é terminar 2021 com faturamento de R$ 450 milhões e 25 empresas no portfólio. Em quatro anos, o plano é adquirir mais 85 empresas e chegar a um faturamento de R$ 4 bilhões por ano.

O foco das aquisições são empresas de SaaS (software como serviço, na sigla em inglês) que atuam nos mercados de marketing e vendas; produtividade e finanças; e controle. Preferencialmente, a Nuvini busca negócios que tenham pelo menos cinco anos de operação e que faturem entre R$ 20 milhões e R$ 50 milhões por ano.

Para a operação avançar no ritmo desenhado, é preciso mais capital. A holding opera com R$ 100 milhões injetados no negócio pelo próprio Schurmann e family offices, mas segundo fontes próximas ao assunto, a empresa deve concluir uma rodada de captação de cerca de R$ 400 milhões ainda este ano.

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