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Novas projeções de investimento pesam – e derrubam Suzano e Klabin

Gastos foram maiores que o previsto com compra de madeira e manutenção de áreas plantadas; Itaú BBA dá ‘venda’ para Klabin

 (Lia Lubambo/Exame)

(Lia Lubambo/Exame)

Publicado em 1 de dezembro de 2023 às 15h41.

Última atualização em 11 de dezembro de 2023 às 16h11.

A Suzano anunciou hoje de manhã que deve investir R$ 14,6 bilhões neste ano – R$ 4 bilhões a menos do que em 2023, mas ainda assim, acima do que os analistas esperavam.

Uma queda no capex já estava nas contas por conta da redução de desembolsos para o Projeto Cerrado, a maior fábrica de celulose em linha única do mundo que está sendo construída no Mato Grosso do Sul.

A surpresa veio no chamado capex de manutenção, que passou de R$ 6,4 bilhões para R$ 7,7 bilhões em 2024. Boa parte do aumento está associado a maiores gastos associados à produção de madeira, com arrendamentos, manutenção de estradas e silvicultura.

Na avaliação do BTG (do mesmo grupo de controle da Exame), os investimentos ficaram 10% acima do esperado – e a incorporação da surpresa negativa em cerca de R$ 1,5 bilhão apenas para o próximo ano deveria reduzir o valor de mercado da companhia em cerca de 1,5% a 2%.

A grande questão é se esse novo nível de desembolso deve se manter para a frente, afetando o médio prazo. Por enquanto, essa não é a sinalização da Suzano, que manteve sua sinalização de investimento de longo prazo equivalente a R$ 470 por tonelada de celulose produzida (o que se traduz em cerca de R$ 6 bilhões anuais).

O mercado, no entanto, está penalizando a ação. Os papéis da Suzano caem mais de 3% no pregão de hoje, entre as maiores baixas do dia no Ibovespa.

Num dia difícil para o setor de papel e celulose, o Itaú BBA também rebaixou sua recomendação para as ações da corrente Klabin para a venda, fazendo preço. As ações caíam cerca de 6% por volta das 15h30.

O banco reduziu seu preço-alvo e sinalizou um 2024 difícil, tanto por conta de pressão nos custos de produção da companhia, quanto por conta do perfil de investimentos sinalizados ontem no investidor Day da fabricante de papel.

Assim como a Suzano, a Klabin reduziu os investimentos previstos, postergando parte deles para 2025, mas trouxe uma surpresa na linha com gastos com a compra de madeira em pé, que passaram de R$ 400 milhões para uma cifra próxima R$ 1 bilhão. Nesse caso, a empresa sinalizou que o novo patamar deve se manter até 2028.

Em relatório, o BBA afirmou que prefere a Suzano no setor.

Em meio à disparada dos preços da madeira em pé, a empresa tem investindo em aumento da área própria de produção para ganhar mais controle sobre sua principal matéria-prima. Os planos são de passar de um consumo de terceiros de 36% hoje para 13% entre 2029 e 2032.

O incremento está relacionado, segundo a Suzano, à entrada em operação do Projeto Cerrado, e a maiores gastos associados a arrendamentos, manutenção de estradas e silvicultura — refletindo o aumento de área plantada.

Em meio à disparada dos preços da madeira, a Suzano vem apostando mais nas florestas próprias, como forma de ter controle sobre os custos da sua principal matéria-prima.

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