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Nova edtech, Driven capta R$ 16 mi para preparar líderes de tecnologia

Sócio fundador, Paulo Monteiro, criou também plataforma Responde Aí, com 30 mil assinantes

Programação: curso da Driven tem processo seletivo e foco na formação de líderes, a partir de universitários da área de exatas (elliotcable/Flickr)

Programação: curso da Driven tem processo seletivo e foco na formação de líderes, a partir de universitários da área de exatas (elliotcable/Flickr)

GV

Graziella Valenti

Publicado em 24 de agosto de 2021 às 07h59.

Última atualização em 24 de agosto de 2021 às 10h40.

Depois do projeto “Responde Aí”, uma plataforma de estudos para a universidade criada há sete anos e que possui 30 mil assinantes, o engenheiro e professor Paulo Monteiro partiu para um novo projeto na área de educação: a Driven. A companhia acaba de levantar R$ 16 milhões em uma rodada liderada pela Iporanga e com participação também da OneVC. O objetivo da plataforma, voltada para universitários na área de exatas, é formar líderes em tecnologia.

Com apenas dez meses de vida, a Driven tem um banco de 20 mil interessados que buscaram a formação e deve encerrar o ano com cerca de 450 a 500 alunos. O objetivo, com os novos recursos, é chegar até o fim de 2022 com 2.000 formados e no terceiro ano, 10.000.

“Do capital levantado, 60% vai para formação”, contou Monteiro ao EXAME IN. “Temos uma fonte de dois milhões de inscritos do Responde Aí para beber. Então, precisamos de um sistema robusto de aulas e de uma boa plataforma”, destacou. "Vamos preparar outra rodada de captação mais à frente."

Monteiro é professor há 15 anos e apaixonado por educação. O desejo de empreender veio da frustração com a faculdade. “Aula chata. Livro chato. Sempre sonhei montar uma faculdade em que eu quisesse estudar.”

Ele faz parte de uma legião de profissionais da educação que acreditam que o estudo universitário está prestes a viver uma grande transformação, para um modelo de formação continuada e não mais em bloco de cinco anos. “A faculdade do futuro não é de cinco anos. Desse jeito você começa e já termina defasado. O modelo precisa ser mais ágil e humano para acompanhar a velocidade de transformação.”

O time de investidores que Monteiro reuniu tanto na Responde Aí quanto agora para o projeto da Driven coleciona apaixonados pelo setor, como Daniel Castanho, fundador e presidente da Ânima Educação, Pedro Thompson, ex-presidente da Estácio e atual CEO da Exame, e André Street, fundador da Stone.

A Driven conta com parceria com diversas companhias, num total de 45, como Stone, OLX, iFood, Itaú, Loggi, Creditas, entre outras – a lista de investidores conta com Patrick Sigrist e Sérgio Furio. O curso pressupõe uma etapa de seleção e tem duração de nove meses, com 1.200 horas, o equivalente a cerca de seis horas diárias de estudo. “O modelo é totalmente focado em projetos.”

O idealizador conta que na própria Responde Aí sentiu falta de líderes de tecnologia, pessoas com conhecimento técnico e também habilidades humanas para liderar. “Trabalhamos muito aqui também a questão da vulnerabilidade e da saúde mental, algo que se fala muito pouco e é tão importante.” Na Driven, o aluno paga o curso apenas depois de estar empregado, com 17% do salário até completar o valor da formação.

Mesmo sem ser sócio da Responde Aí, Leonardo Teixeira, sócio da Iporanga Ventures, que liderou a rodada conta que a casa já era próxima de Paulo de Monteiro há algum tempo. “Gostamos de ficar perto de alguns empresários.”

Com US$ 100 milhões sob gestão, em dois fundos e mais outros veículos dedicados, a Iporanga é dedica ao chamado “early stage” das empresas. “Gostamos de projetos de onde possam sair empresas grandes. Que tenham time e tecnologia de valor, o timing correto para a oportunidade e que seja transformacional”, explica ele em conversa com o EXAME IN. “E foi isso que vimos na Driven. A companhia já tem toda uma base de onde escalar com os 2 milhões de inscritos da Responde Aí.”

A oportunidade que Teixeira e Monteiro veem é a mesma: a deficiência do Brasil na formação de profissionais na velocidade que o mercado precisa. A expectativa é que o Brasil abra 420 mil novas vagas em tecnologia até 2024, sendo que a cada ano se formam 46 mil novos profissionais aptos para elas. E nada disso vai parar tão cedo. “Todo o movimento do capital para tecnologia não é transitório. Vai crescer pelas próximas décadas”, destaca Teixeira.

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