Exame IN

No McDonald's, um negócio da China para o Carlyle

Rede de fast food recomprou fatia de 28% da operação chinesa que estava nas mãos da firma de private equity por mais que o dobro do valuation fechado em 2017

 (Jakub Porzycki/NurPhoto/Getty Images)

(Jakub Porzycki/NurPhoto/Getty Images)

Karina Souza
Karina Souza

Repórter Exame IN

Publicado em 21 de novembro de 2023 às 16h26.

Última atualização em 11 de dezembro de 2023 às 17h19.

O McDonald's está voltando a aumentar suas apostas no mercado chinês, com a compra de uma fatia de 28% do negócio que estava nas mãos do fundo de private equity Carlyle desde 2017. O movimento vai na contramão de diversas outras multinacionais – em especial as americanas – que têm tirado o pé da China, num momento político e econômico mais desafiador para a economia asiática, em meio às restrições impostas pelo governo Joe Biden.

Com o negócio, a rede de fast food aumentou sua fatia de 20% para 48% do negócio. Os 52% restantes estão nas mãos de um consórcio chinês liderado pela estatal chinesa Citic Capital.

"Acreditamos que não há momento melhor para simplificar a estrutura da empresa, dada tremenda oportunidade de capturar o aumento da demanda e nos beneficiarmos do potencial de longo prazo de nosso mercado de crescimento mais acelerado", disse o CEO do McDonald's Chris Kempczinski em nota.

O spin-off da operação chinesa do McDonald's aconteceu há seis anos, quando a companhia passava por um momento financeiro delicado, enfrentando pressão de investidores em meio ao endividamento elevado e fechamento de lojas. Na época, a fatia de 80% do McDonald's China, que também contempla lojas em Hong Kong e Macau, foi vendida por US$ 2,08 bilhões, para a Citic e o Carlyle.

A empresa não divulgou o valor da transação, mas segundo o Financial Times, o valuation da divisão chinesa ficou em US$ 6 bilhões – mais que o dobro dos US$ 2,6 bilhões pelos quais o negócio foi avaliado em 2017. Na transação, o Carlyle conseguiu multiplicar por seis o valor investido, antes de fees, ainda de acordo com o FT.

Ao longo dos últimos seis anos, o McDonald's China mais do que dobrou o número de restaurantes, chegando a 5,5 mil, e expandiu o negócio de delivery e o marketing digital.

Com o processo de transformação 'concluído', somado às tensões geopolíticas, o Carlyle passou a procurar no início deste ano um comprador para sua participação no negócio – e, enfim, fechou com o próprio McDonald's.

Acompanhe tudo sobre:InternacionalMcDonald'sPrivate equityFusões e AquisiçõesChina

Mais de Exame IN

Renner vem bem no terceiro trimestre – mas não tão bem quanto se esperava

Vinci compra controle do Outback no Brasil em operação de R$ 2 bi

Magazine Luiza lucra R$ 70 milhões no 3º tri e bate (de longe) consenso

Para lidar com juros altos, Assaí reduz alavancagem e fica menos promocional no 3º tri