Banco do Brasil: Consenso apontava para lucro de R$ 5 bi no trimestre; agora, no máximo R$ 4 bi (Rafael Henrique/Getty Images)
Editora do EXAME IN
Publicado em 1 de agosto de 2025 às 17h56.
Última atualização em 1 de agosto de 2025 às 18h10.
O mercado já não esperava resultados muito bons para o Banco do Brasil no segundo trimestre, com a pressão da carteira agro ainda pesando sobre o balanço. Mas dados divulgados pela instituição hoje ao Banco Central azedaram ainda mais o humor.
O balancete de maio entregue na tarde de hoje ao regulador mostrou um lucro de R$ 454 milhões no período, muito abaixo do esperado e menos de um terço dos R$ 1,7 bilhão do mês anterior. A título de comparação, em maio do ano passado, os ganhos tinham sido de R$ 3,4 bilhões.
Com isso, o lucro acumulado no trimestre é de R$ 2,5 bilhões, com junho sendo a incerteza. Se o desempenho de maio de repetir, o lucro vai a R$ 3 bilhões. Se a tendência foi igual à de abril, o patamar vai para R$ 4 bilhões. De toda forma, é muito abaixo do consenso de mercado, que até então previa ganhos de R$ 5 bilhões no período.
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A revisão nas projeções foi imediata. Após a divulgação dos números, o papel, que operava próximo à estabilidade, colapsou. Por volta das 15h30 passou a cair mais de 7%, fechando o pregão em baixa de 6,85%, a maior do Ibovespa. No ano, a queda acumulada já é de 24%.
A divulgação dos números do Banco Central veio em meio também a temores de respingos da crise aberta com a lei Magnitsky, aplicada pelos Estados Unidos ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF).
Também na tarde de hoje "O Globo" relatou que Eduardo Bolsonaro estaria em contato com o Departamento de Estado dos Estados Unidos para mostrar possíveis brechas na sanção ao ministro.
De acordo com reportagem de Bela Magale, o deputado mostrou que parte dos bancos vê as restrições feitas a Moraes ligadas somente às movimentações em dólar feitas pelo magistrado, fora do país. "Segundo interlocutores de Eduardo, os representantes do Departamento de Estado americano relataram que a sanção envolveria a proibição de operações financeiras em qualquer moeda", afirmou a colunista.
O BB é a instituição pela qual acontecem a maior parte dos pagamentos de funcionários públicos federais. "A Magnitsky até preocupa, mas os resultados definitivamente preocupam muito mais", apontou um gestor.