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NA SUA CESTA: Mil lives por dia e entrega mais rápida — o plano de ataque da Shopee

Plataforma já atinge um em cada três brasileiros e não vê “qualquer sinal de desaceleração”; confira no novo podcast de EXAME

Rodrigo Farah: "Não fazemos live commerce porque é legal, mas porque tem impacto real nas vendas. É uma das principais apostas da Shopee em 2025" (Shopee/Divulgação)

Rodrigo Farah: "Não fazemos live commerce porque é legal, mas porque tem impacto real nas vendas. É uma das principais apostas da Shopee em 2025" (Shopee/Divulgação)

Raquel Brandão
Raquel Brandão

Repórter Exame IN

Publicado em 24 de janeiro de 2025 às 07h30.

Última atualização em 24 de janeiro de 2025 às 14h50.

Com apenas cinco anos de operação no Brasil, a Shopee alcançou números que impressionam e desafiam outras gigantes do e-commerce, como Magazine Luiza e até mesmo o Mercado Livre, que construiu uma liderança inconteste no país (detém cerca de 40% das vendas do setor).

A varejista de Singapura tem conseguido incomodar e, ao que tudo indica, tem ocupado a posição de principal ameaça ao reinado amarelo do varejo online brasileiro. Hoje, um em cada três brasileiros acessa mensalmente a plataforma e é ela quem lidera em usuários únicos mensais, com 50 milhões registrados, de acordo com dados da SimilarWeb.

As estimativas de mercado são de que o GMV (volume bruto das vendas) da Shopee tenha chegado a R$ 60 bilhões em 2024, dobrando as cifras de 2023.

Do lado dos vendedores, superou os 3 milhões de vendedores brasileiros cadastrados. Desses, um terço nunca tinha vendido online até entra na Shopee. E, apesar da origem asiática, 90% das vendas são de vendedores nacionais.

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“O ano de 2024 foi excelente. Aumentamos nosso tráfego no aplicativo em 50% e solidificamos nossa presença no Brasil como o aplicativo mais acessado. Mas achamos que tem um espaço para continuar crescendo mais”, diz Rodrigo Farah, head de live commerce e marca da Shopee, em entrevista ao Na sua cesta, novo podcast do Exame INSIGHT.

Publicado às sextas-feiras no canal do Youtube da Exame e nas principais plataformas de áudio, o programa de entrevistas traz executivos das grandes empresas de varejo e consumo para falar sobre as tendências e estratégias de crescimento.

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Mesmo diante de um ambiente macroeconômico marcado por inflação e juros elevados, a Shopee mantém uma visão otimista para 2025. De acordo com Farah, a empresa não vê "números que indiquem qualquer desaceleração no crescimento".

Por trás desse crescimento exponencial, estão estratégias que vão desde a aposta em gamificação do aplicativo, crescimento das publicações de live commerce até robustos investimentos em logística.

Corrida pela entrega rápida

A empresa conta com 12 centros de distribuição – sendo 11 no modelo cross-docking e 1 fulfillment –, além de mais de 150 hubs logísticos e 2 mil agências Shopee espalhadas pelo Brasil. São centros de distribuição em São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Paraná, Bahia, Pernambuco, Goiás, Rio Grande do Sul e, em dezembro, abriu seu primeiro ponto em Manaus.

A abertura do primeiro centro de distribuição fulfillment na região metropolitana de São Paulo, em setembro de 2024, marcou um avanço importante na estratégia de reduzir os prazos de entrega. Nesse modelo, a Shopee armazena produtos dos vendedores, diminuindo etapas logísticas e acelerando a entrega ao consumidor final, permitindo entregar no mesmo dia ou no dia seguinte.

"Entrega rápida é sinônimo de satisfação. Quando um pedido chega antes do esperado, o cliente não só fica feliz, mas também fidelizado", destaca Farah.

Mas ganhar mais musculatura na estrutura logística ainda é um desafio para a asiática e um fator crucial na disputa por uma fatia maior no bole do e-commerce brasileiro.

O Meli, por exemplo, têm planos agressivos de expansão logística. Neste ano a plataforma argentina deve chegar a 21 CDs no país.

Vendedor na tela do celular

Pelas estimativas da varejista, 95% das vendas acontecem no celular, via aplicativo. Por isso, uma das principais apostas da Shopee tem sido o live commerce, ferramenta que une transmissões ao vivo e compras em tempo real diretamente no aplicativo e que tem feito da varejista uma das principais referências do tema no país.

“Não fazemos live commerce porque é legal, mas porque tem impacto real nas vendas. É uma das principais apostas da Shopee em 2025”, diz.

O modelo evoluiu de 50 transmissões diárias ao fim de 2023 para mais de 1 mil lives por dia em 2025. Hoje, a plataforma já tem 1,5 milhão de vendedores e 2 milhões de afiliados habilitados para a função.

Também capacitou mais de 500 mil empreendedores por meio do Centro de Educação ao Vendedor, criado em 2020. A iniciativa oferece treinamentos para ajudar vendedores a otimizar suas operações e tirar o máximo proveito do live commerce e outras ferramentas da plataforma.

A Shopee também tem investido pesado em marketing para consolidar a marca no Brasil. A companhia faz sucesso com as campanhas das datas duplas, ao estilo do já célebre dia dos solteiros, 11/11.

Embora não revele os valores, Farah diz que a empresa aumentou seu orçamento de marketing para 2025 em relação ao ano anterior. Uma das ações de maior destaque foi o patrocínio ao Flamengo, clube com a maior torcida do país, que também conta com uma loja oficial na plataforma.

A estratégia é clara, diz Farah: alcançar consumidores de todas as idades e classes sociais.

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