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Na roleta do ‘contrarian’ da Gavekal, Brasil vai evitar crise fiscal e o real terá reviravolta

Em relatório com 10 visões ‘do contra’ para investimentos globais, uma esperança de que o governo caia na real

Apostas do contra: o país vai evitar uma crise fiscal e o real pode ser uma das maiores “voltas por cima de 2025”, um dos "e se" da Gavekal (Luciano Marques/Thinkstock)

Apostas do contra: o país vai evitar uma crise fiscal e o real pode ser uma das maiores “voltas por cima de 2025”, um dos "e se" da Gavekal (Luciano Marques/Thinkstock)

Natalia Viri
Natalia Viri

Editora do EXAME IN

Publicado em 9 de janeiro de 2025 às 19h05.

Última atualização em 9 de janeiro de 2025 às 19h07.

Está todo mundo indo numa direção? A Gavekal acaba de divulgar seu “contrarian report”, trazendo 10 insights fora da caixa para os investidores avaliarem antes de repensarem suas alocações para 2025.

Uma das notas curtas é voltada para o Brasil: o país vai evitar uma crise fiscal e o real pode ser uma das maiores “voltas por cima de 2025”. (Ok, o objetivo era ser do contra…)

A tese, assinada pelo analista Udith Simand, não é assim tão elaborada.

De fato, ele pondera, a relação entre dívida líquida e PIB de 85% é alta para um país emergente e mais em linha com economias desenvolvidas como Reino Unido e Japão.

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Os atritos entre Lula e o Banco Central não ajudam na equação, pressionada pelo alto custo do serviço da dívida — leia-se, uma Selic já contratada ao menos 14,25%.

Mas, e se o presidente eleito cair na real?

“A boa notícia é que a fricção com o Banco Central está fadada a diminuir. Gabriel Galípolo — apontado por Lula como novo presidente — é bem quisto no mercado e já votou a favor de novas altas de juros.” Freio monetário: check.

A segunda parte, sobre o fiscal, é um convite ao contrafactual, mas um tanto de wishful thinking — já começa com o “se”.

“Se Lula continuar com a sua promessa de garantir autonomia a Galípolo e continuar [??] vigilante da necessidade de reformas fiscais, o moeda sobrevendida e subvalorizada do Brasil pode ser provar facilmente uma ‘comeback kid’ em 2025.”

De fato, casas como o BTG Pactual (do mesmo grupo de controle da Exame) apontam que, com algum ímpeto mais fiscalista, o dólar poderia chegar a R$ 5,25 neste ano. No pior dos cenários, pode ir para mais de R$ 7, aponta o banco. O cenário-base, contudo, aquele que realmente interessa no balanço de probabilidades, é de um câmbio ainda apreciado, a R$ 6,25.

Entre outros calls do contra, a consultoria traz a hipótese de que o euro vai se valorizar além do dólar até a metade do ano e que o mercado imobiliário na China já chegou ao fundo do poço.

Questão de probabilidade: alguma das 10 previsões há de se mostrar correta. Vamos torcer pra que seja a referente ao Brasil.

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