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Na Renner, crédito em ordem e ajustes na cadeia de produção levam a duplo upgrade do BofA

Analistas mudaram recomendação de "venda" para "compra" e mudaram a estimativa de preço-alvo, de R$ 16 para R$ 21

Renner: mais otimismo do mercado com operação 'redonda' (Lucas Jones Dias/Renner/Divulgação)

Renner: mais otimismo do mercado com operação 'redonda' (Lucas Jones Dias/Renner/Divulgação)

Karina Souza
Karina Souza

Repórter Exame IN

Publicado em 2 de abril de 2024 às 16h02.

Última atualização em 2 de abril de 2024 às 18h17.

A Lojas Renner (LREN3) sobe mais de 3% nesta terça-feira impulsionada por um duplo upgrade do Bank of America. Em relatório divulgado nesta manhã, os analistas passaram de uma recomendação de “venda” para “compra” e estabeleceram um novo preço-alvo de R$ 21, alta de mais de 20% sobre a cotação desta tarde. As mudanças vêm principalmente de dois fatores: um novo time de crédito e ajustes na cadeia de produção, que devem surtir efeito em breve. 

Dentro da vertical financeira, o BofA aponta que um uso aprimorado de dados dos clientes, somado a algoritmos melhores e a um foco na clientela ‘core’ da Renner deve trazer crescimento com lucratividade em curto prazo. A percepção é de que os motores de crédito estão mais apurados e de que a originação de crédito vem com mais qualidade daqui para frente.

“Os usuários de cartões da Renner têm valores de transação de 30% a 50% maiores do que a média, com uma frequência muito maior de uso. Erros recentes na vertical de crédito parecem ser um dos principais responsáveis pelas fracas vendas ‘mesmas lojas’ (SSS). Enquanto acompanhamos o cenário geral de crédito ainda adverso, vemos uma possibilidade de melhora acentuada para a varejista em relação a 2023”, afirmam os analistas.

O cenário mais benigno dentro da empresa vem num momento em que as preocupações com o e-commerce cross border (leia-se: varejistas asiáticas) começa a diminuir.

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Dados do Banco Central apontam que o e-commerce estrangeiro aumentou em apenas 2% as vendas em janeiro, ante um crescimento de 145% no mesmo período do ano passado. “Desafios constitucionais baseados em isonomia e esforços junto ao governo também parecem propensos a gerar uma taxação adicional para essas empresas”, apontam os analistas. 

No último mês, a varejista apontou resultados mais otimistas em relação ao fim de ano -- junto com a despedida de José Galló, após 32 anos na empresa.

Nos últimos três meses de 2023, a receita total cresceu 6%, para R$ 4,27 bilhões, com as vendas do varejo ficando 7% maiores. O lucro líquido avançou 9%, para R$ 526,89 milhões, numa melhora gradativa que o mercado já esperava.  

“Começamos o ano bem com esse fechamento de 2023. Foi um ano de ajustes. Já vínhamos falando de recuperação gradual, mas ainda estamos em momento de transformação. Então vemos, agora, um ciclo longo de crescimento à frente”, diz o CEO, Fabio Faccio, em entrevista ao INSIGHT.  

No fim de 2023, a companhia concluiu a migração total de sua operação para o novo CD, de Cabreúva. Com tecnologia de automação e análise de dados somada a inteligência artificial, o objetivo da Renner é chegar à personalização da distribuição dos itens por loja e cliente.

O objetivo, conta Daniel Martins do Santos, CFO do grupo é aumentar a assertividade de coleção, reduzindo, também, o tempo de ida ao mercado, o que já começou a aparecer no quarto trimestre.  

O CFO destaca que o quarto trimestre foi de mais fluxo nas lojas e conversão em vendas. As vendas de vestuário cresceram 9,3%, o dobro da pesquisa mensal de comércio do IBGE. Esse crescimento veio principalmente por volume e não por preço. Nessa equação, além de uma melhora desempenho das lojas em praças populares, que estavam sofrendo mais para se recuperar, a empresa seguiu com uma estratégia “mais assertiva de preço e de coleção”, diz ele.  

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