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Na Multiplan, um resultado que mostra 'onde o varejo cresce'

Com taxa de ocupação recorde e inadimplência negativa, lucro sobe 41% no terceiro trimestre

Vendas dos lojistas cresceram 8%, para R$ 5,2 bilhões

Vendas dos lojistas cresceram 8%, para R$ 5,2 bilhões

Raquel Brandão
Raquel Brandão

Repórter Exame IN

Publicado em 26 de outubro de 2023 às 21h44.

Última atualização em 10 de janeiro de 2024 às 12h27.

Reforçando uma tendência de crescimento acelerado do setor de shopping centers, a Multiplan registrou números operacionais e financeiros recordes no terceiro trimestre, com direito até a taxa de inadimplência negativa: os pagamentos recuperados de períodos anteriores superaram os atrasos de aluguel do trimestre.

O lucro líquido do trimestre foi 41% maior do que um ano antes, chegando a R$ 263,4 milhões. As vendas dos lojistas totalizaram R$ 5,2 bilhões, um crescimento anual de 8,1%. O movimento vem se mantendo neste mês. Até 25 de outubro, as vendas cresceram 5,7% em relação ao mesmo período de outubro de 2022.

Com isso, a receita da Multiplan cresceu 12,3% entre julho e setembro comparação anual, chegando a R$ 511 milhões.

“Onde o varejo cresce é dentro do shopping. Mais importante do que olhar os resultados trimestrais é olhar a tendência”, argumenta Armando d'Almeida Neto, diretor de relações com investidores da Multiplan.

Dona de shoppings centers como BarraShopping, no Rio, Diamond, em Belo Horizonte, e Morumbi, em São Paulo, a companhia confirmou no terceiro trimestre que a pandemia da covid ficou para trás. Dois indicadores que ainda mostravam impacto do período finalmente vieram melhores do que os números registrados até o começo de 2020: taxa de ocupação e inadimplência.

A taxa de ocupação chegou a 96,1%, atingindo o maior crescimento trimestral em 15 anos. Grande parte disso veio pela reposição de lojas. A crise vista em algumas varejistas como Americanas, TokStok e Saraiva abriu espaço para novas entrantes, com uma demanda alta por espaço.

Em 90 dias, a Multiplan adicionou 192 novas lojas satélites ao seu portfólio, o que gerou um turnover de 1,9% no trimestre. Nos últimos 12 meses, foram 586 novas lojas e 78 mil m2 de área bruta locável ocupados -- área superior à de todo o BarraShopping, no Rio de Janeiro.

“Momento de fraqueza de alguns lojistas é momento de trazer novos, mas também é o momento de gestão. É um trabalho intensivo e diário de ter o melhor mix de operações”, diz D’Almeida.

Em paralelo, pela primeira vez na história, a Multiplan apresentou uma taxa de inadimplência líquida negativa, de -0,2%, uma vez que a inadimplência recuperada de períodos anteriores superou os atrasos de aluguel do trimestre.

O executivo atribui parte importante do desempenho às melhorias de serviço ao cliente. A Multiplan promoveu 297 eventos no trimestre e viu seu aplicativo, o Multi, bater quase 5 milhões de downloads, impulsionado por novidades como o free flow no estacionamento. De 20 shoppings do portfólio, 16 já têm o sistema que permite o cliente cadastrar seu carro no aplicativo e entrar no estacionamento sem precisar passar pela cancela. A receita com serviços cresceu 62% no trimestre e a com estacionamento, 15%. 

O grupo também intensificou a renovação dos ativos, muitos já com 40 anos. Em meio a um momento de efervescência de fusões e aquisições no setor, a Multiplan por ora está focada em revitalizar esse portfólio e, no curto e médio prazo, focar em expansões dos ativos que já possui.

Foi a escolha para dois ativos no terceiro trimestre: Park Shopping Barigüi, de Curitiba, e Diamond, em Belo Horizonte, que ganharam 14 mil m² e 8 mil m², respectivamente. “Bons ativos não são baratos e raramente eles vêm a mercado”, diz o vice-presidente da Multiplan.

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