Fachada do Terminal BTG Pactual, que será inaugurado no segundo semestre: cerca de 100 passageiros por dia (Perkins&Will/Divulgação)
Editora do EXAME IN
Publicado em 14 de maio de 2024 às 07h00.
Última atualização em 15 de maio de 2024 às 11h08.
O aeroporto de Guarulhos vai passar a oferecer um novo terminal a partir do segundo semestre. Desta vez, com um novo conceito: sem filas, com exclusividade e uma experiência personalizada de embarque e desembarque.
Batizado de Terminal BTG Pactual, o empreendimento traz para a América Latina um modelo que já vem sendo usados nos principais hubs do mundo, como de Los Angeles, Londres e Dubai.
Localizado um pouco depois do Terminal 3, o terminal BTG será um espaço completo, com 5 mil metros quadrados, com entrada totalmente dedicada.
Numa espécie de evolução da sala VIP, os passageiros eles farão todos os procedimentos, do check-in à passagem pela Polícia Federal e Alfândega, sem necessidade de acessar os demais terminais. Um carro leva o usuário até o voo na hora do embarque e já o aguarda na chegada, no caso de desembarque.
O modelo é de pay per use e voltado para aviação comercial. Passageiros de primeira classe, executiva ou econômica, com embarque, desembarque ou conexões em qualquer um dos terminais de Guarulhos podem agendar o serviço com 72 horas de antecedência por meio do site terminal.btgpactual.com.
O valor de lançamento será de US$ 590, com desconto de até 20% para clientes que têm cartão do BTG Pactual. Um serviço de concierge acompanha o passageiro desde a inscrição.
Um fundo de capital privado gerido pelo BTG Pactual está investindo R$ 80 milhões no empreendimento – na estreia do banco, já tradicional em outros segmentos de infraestrutura, no setor aeroportuário.
“O aeroporto de Guarulhos está batendo recorde de movimentação, o que é muito positivo, e cria oportunidade para oferecer esse tipo de serviço”, afirma Daniel Epstein, sócio da área de private equity do banco e responsável pelo projeto.
O investimento busca retorno “em linha com ativos de infraestrutura”, afirma Epstein. A parceria com o BTG Pactual para os ‘naming rights’ é a primeira e mais relevante de uma série que o novo terminal está negociando com outros players da área de hotelaria e gastronomia, por exemplo, para oferecer serviços e exposição de marca.
Para tocar o novo empreendimento, o fundo contratou Fabio Camargo, um executivo com mais de uma década de experiência no setor de aviação e que já comandou a Delta no Brasil, e teve passagens pela Virgin Atlantic, de Richard Branson, e pela área de vendas da antiga TAM.
“As companhias aéreas em todo o mundo tem investido muito na experiência do passageiro a partir do momento em que ele entra na porta da aeronave. Mas ainda há uma enorme oportunidade de melhor a experiência antes que ele chegue lá”, aponta.
Além da maior agilidade no embarque, o novo terminal terá lounges privativos e salas de reuniões: tanto voltadas para a pista, para quem quer estar perto do embarque, quanto no que chama de face ‘terra’, para os passageiros que querem se encontrar com outras pessoas que não vão viajar.
O projeto de arquitetura é do renomado escritório Perkins&Will, responsável por diversos projetos de escritórios na Faria Lima, e tem um caráter ao mesmo tempo minimalista e aconchegante, com bastante uso de madeira e muita luz natural. O projeto de decoração e interiores ficou por conta do Pascali Semerdjian Arquitetos.
Há ainda a previsão de inauguração, num segundo momento, de duas suítes para passageiros que querem ainda mais privacidade ou descansar entre conexões. “Queremos contemplar várias situações de uso”, afirma Camargo.
A gastronomia, evidentemente, deve ser outro destaque. O terminal terá pratos à la carte e está em fase final de negociação com chefs que vão assinar o menu.
Em construção há cerca de um ano, o Terminal está em fase final e deve ser inaugurado na segunda metade do ano, mas ainda sem data exata.
A previsão é que, no primeiro ano, o Terminal BTG Pactual receba cerca de 36 mil usuários ou cerca de 100 usuários por dia – com a concentração variando de acordo em diferentes horários, de acordo com os voos.
Um dos principais públicos deve ser o de empresários e executivos em viagens de trabalho, que prezam pelo tempo e agilidade. Mas está contemplado também o perfil de viajantes de turismo, que estão embarcando para uma viagem ou data especial, afirma Epstein.
“Esse é um projeto que segue as últimas tendências de mercado em aeroportos da dimensão de Guarulhos”, reforça João Pita, diretor comercial e de cargas do GRU Airport.
“São Paulo, como metrópole global, tem um mercado robusto para esse projeto não só para o segmento corporativo, mas também para os corpos diplomáticos e de turismo.”