Exame IN

Petrobras: Morgan Stanley vê dividendos extraordinários 'intactos' e eleva ação para compra

Analistas esperam pagamento de US$ 7 bilhões em dividendos extraordinários até 2025 e veem retorno total de até 60% para o papel

Petrobras: ações disparam 6% com relatório e alta do petróleo

Petrobras: ações disparam 6% com relatório e alta do petróleo

Guilherme Guilherme
Guilherme Guilherme

Repórter de Invest

Publicado em 26 de agosto de 2024 às 11h59.

Última atualização em 26 de agosto de 2024 às 17h54.

Analistas do Morgan Stanley passaram a recomendar a compra das ações da Petrobras em relatório divulgado no fim de semana. O preço-alvo para as ADRs da companhia também foi atualizado, subindo de US$ 18 para US$ 20, considerando um potencial de valorização próximo de 40% comparado à cotação do último fechamento.

"O dividendo extraordinário potencial continua intacto", diz o Morgan Stanley. A tese de investimento, afirmam os analistas, é centrada na remuneração aos acionistas. A projeção do banco americano é de que a Petrobras pode realizar uma distribuição extra de cerca de US$ 7 bilhões, com pagamentos divididos entre o quarto trimestre de 2024 e o de 2025.

"Com a reintrodução de dividendos extraordinários, vemos um potencial de retorno total de 60%, composto por 37% de valorização das ações, 16% de dividendos regulares e 7% de distribuições extraordinárias", dizem os analistas.

A forte geração de caixa da Petrobras, segundo o Morgan Stanley, é um diferencial-chave em relação a seus pares e deverá favorecer a distribuição de proventos nos próximos anos.

"Acreditamos fortemente que a Petrobras possui os melhores ativos de petróleo offshore da indústria, com produtividade de poços incomparável e baixos custos de Capex e produção." Segundo os analistas, a petrolífera deverá gerar um fluxo de caixa livre (FCF) de 22% em 2024 e de 23% em 2025. A média esperada para a indústria é de um FCF de 7% em 2024 e de 11% em 2025.

O principal risco para a tese, diz o Morgan Stanley, é uma eventual piora da governança. Mas, ainda que as recentes mudanças no alto escalão da companhia se tenham mostrado como um sinal de alerta, segundo o banco, não houve "qualquer ruptura significativa nos padrões de governança".

O Morgan Stanley explicou que o cálculo para a projeção dos dividendos extraordinários considerou 20 cenários até o fim de 2026. A conclusão é de que a Petrobras poderia sustentar "facilmente" o pagamento dos dividendos extras.

Risco para a tese

"Os cenários que limitariam a distribuição de dividendos extraordinários são aqueles que consideramos de baixa probabilidade." Esses cenários, pontua o relatório, consideram o Brent caindo para US$ 40/barril, o que, segundo o banco, só aconteceria em uma "pronunciada recessão global" ou em caso de aumento substancial do petróleo produzido por países de fora da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP).

"Atualmente, o mercado de opções implica uma probabilidade de apenas 7–8% de os preços do petróleo ficarem abaixo de US$ 50/barril em 2025 e abaixo de US$ 40/barril em 2026", diz o relatório.

As ações da Petrobras subiram 8,86% (PETR3) e 7,24% (PETR4) nesta segunda-feira, 26, com investidores repercutindo a análise do Morgan Stanley e principalmente a alta do petróleo no mercado internacional. O Brent, no Reino Unido, terminou o dia sendo negociado em alta de 2,53%, a US$ 80,13/barril, tendo como pano de fundo a escalada de tensões no Oriente Médio.

Acompanhe tudo sobre:PetrobrasAçõesMorgan Stanley

Mais de Exame IN

Petrobras: mais um banco se rende à tese de que capex não vai prejudicar dividendos

Rede de estudantes arrecada R$ 3 mi para brasileiros com ambição de mudar o mundo — e até o espaço

Alta de juros, alta da Bolsa? Para o BofA, é mais fácil falar do que acontecer

Exclusivo: Stone coloca Linx à venda; saiba os interessados