Mercado Livre: venda de mais de 1 bilhão de produtos no acumulado de 2021 (Mercado Livre/Divulgação)
Graziella Valenti
Publicado em 22 de fevereiro de 2022 às 18h33.
Última atualização em 23 de fevereiro de 2022 às 09h57.
Em 2021, o Mercado Livre acelerou a estratégia de fazer mais receita sobre seu próprio ecossistema, com diferentes produtos e serviços. Esse modelo ficou ainda mais evidente com os números do quarto trimestre que acabam de ser divulgados. Enquanto o volume total de vendas (GMV) teve alta de 21,2% em dólares, para US$ 8 bilhões, a receita líquida mostrou uma expansão de 60,5%, para US$ 2,1 bilhões. Desse total, 53% é gerado no Brasil.
O ritmo de investimento em tecnologia e logística para ampliar as frentes de atuação segue alto, o que se percebe pela última linha ainda negativa no balanço. De outubro a dezembro, o prejuízo alcançou US$ 46,2 milhões, mas ligeiramente menor do que os US$ 50 milhões de igual período de 2020.
Apesar do crescimento e do esforço de diversificação ainda deixarem o balanço no vermelho, eles são essenciais para o Mercado Livre a ter uma percepção diferenciada — para melhor — pelo investidor, mesmo com forte exposição à economia brasileira, onde Magazine Luiza e Via mostram um desempenho negativo no acumulado desde o fim de 2019 (pré-pandemia). A valorização de lá para cá, mesmo após as ações terem devolvido parte relevante frente as máximas, ainda é próxima de 75%.
Listada na Nasdaq, a companhia é hoje avaliada em pouco menos de US$ 47,5 bilhões. É assim, a terceira maior companhia sulamericana de capital aberto, atrás apenas da Vale e Petrobras. Em 2020, no auge do valor atribuído à economia digital, chegou a ser a mais valiosa. Desde então, porém, o boom no preço das commodities ajudou a mineradora e a petroleira brasileira.
O Mercado Pago segue contribuindo cada vez mais para o resultado consolidado. A receita líquida do ecommerce cresceu 55,6%, para US$ 1,3 bilhão, enquanto o faturamento líquido da fintech teve um avanço superior a 70%, para US$ 773 milhões. Já representa, portanto, 37% do negócio.
Os números mostram que o Meli, como é chamado no mercado, segue diversificando cada vez mais a origem de suas receitas até mesmo dentro da área financeira. Essa vertical acumula novidades que ganham escala em velocidade de startup, apesar de o grupo já ter seus 23 anos de estrada. O total de pagamentos (TPV) do Mercado Pago atingiu US$ 24,2 bilhões entre outubro e dezembro, uma expansão de 52%. Porém, as frentes mais novas de serviços financeiros avançam em ritmo ainda mais rápido.
Ao fim de dezembro, a carteira do Mercado Crédito estava três vezes maior do que um ano antes, em US$ 1,7 bilhão — estava pouco abaixo de US$ 500 milhões ao fim de 2020. Os usuários da conta digital com rendimentos, na solução do Mercado Fondo, já totalizam 22,3 milhões, com uma soma investida de US$ 1,2 bilhão. Um ano antes, o número de clientes estava em 15 milhões, com um volume de US$ 700 milhões aplicados.
“Além de celebrar um ano de resultados recordes, com crescimento forte, melhores margens e resultado operacional, o investimento em tecnologia nos permitiu manter um ecossistema confiável e ágil, conectando mais pessoas e impactando positivamente nossos mais de 76 milhões de usuários”, escreveu o co-fundador e presidente de commerce da companhia, Stelleo Tolda, que está perto de se afastar do dia a dia da operação. “A transformação gerada pela nossa fintech, cuja base de usuários e serviços cresceu ainda mais, nos permite criar valor e acelerar a inclusão financeira em um momento tão importante.”
Em 2021, o Mercado Livre superou o total de 1 bilhão de produtos vendidos, um aumento de 27,5% sobre o ano anterior. Enquanto isso, o valor total das vendas (GMV) avançou 36%, para US$ 28,4 bilhões, enquanto que a soma transacionada no Mercado Pago chegou a US$ 77,4 bilhões, uma expansão de 55% no acumulado anual.
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