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Mais uma mudança no comando: Thiago Hering deixa a Azzas 2154

Saída inesperada do CEO da Hering marca uma mudança completa nas lideranças das unidades de negócios desde que a fusão entre Soma e Arezzo&Co foi anunciada

Thiago Hering, à direita, e seu pai, Fabio Hering, à esquerda: Da família fundadora da companhia, executivo estava no comando desde 2021 (Hering/Divulgação)

Thiago Hering, à direita, e seu pai, Fabio Hering, à esquerda: Da família fundadora da companhia, executivo estava no comando desde 2021 (Hering/Divulgação)

Natalia Viri
Natalia Viri

Editora do EXAME IN

Publicado em 3 de setembro de 2025 às 20h16.

Em mais uma mudança de comando na Azzas 2154, Thiago Hering está deixando o cargo de CEO da Hering e fica na companhia somente até o fim do mês.

De acordo com fato relevante publicado há pouco pela companhia, foi constituído um comitê de transição, com a participação dos dois principais acionistas, o CEO Alexandre Birman e o Roberto Jatahy, sob a liderança de Gustavo Fonseca, um executivo com mais de 10 anos no Soma.

Fonseca passará a ser diretor não estatutário da unidade de básicos, onde fica abrigada a Hering, e assumiu o comando da companhia de maneira interina.

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A Azzas disse que contratou a consultoria Heartman House para atuar no “fortalecimento e aceleração das iniciativas voltadas ao crescimento sustentável da marca Hering”.

Segundo três fontes próximas à companhia, a relação entre Thiago Hering e Alexandre Birman vinha se desgastando nos últimos meses, especialmente depois de problemas com estoques e planejamento na unidade, que pesaram sobre o resultado do segundo trimestre.

A saída de Thiago é inesperada. “É diferente das questões com entre o Birman e o Jatahy, que todo mundo já esperava que fossem surgir. Ao que parecia, tudo estava andando bem na Hering”, afirma um gestor que acompanha de perto a empresa. “Não consigo ver uma leitura positiva com o movimento.”

O turnover no Azzas tem chamado a atenção no mercado.

A saída do CEO da Hering marca uma mudança completa no comando das unidades de negócios do Azzas desde que a fusão foi concluída, há pouco mais de um ano. Rony Meisler, fundador da Reserva e que era responsável pela  área de moda masculina, deixou a companhia logo após a união dos negócios, substituído por Ruy Kameyama, ex-BR Malls.

Luciana Wodzik, uma executiva de longa data no grupo Arezzo, deixou o cargo de CEO da unidade de calçados do grupo, que será assumido pelo CFO Rafael Sachete.

Roberto Jatahy, que era diretor de fashion e lifestyle feminino, também passou o bastão da divisão à Kameyama no mês passado, para ficar mais focado em marcas e branding em geral no grupo.

“Uma preocupação é que as pessoas saem e não necessariamente tem pessoas formadas dentro das próprias áreas para assumir os cargos”, pontua um outro gestor.

Junto com Thiago Hering foi comunicada também hoje a saída de Filipe Albuquerque, diretor executivo de negócios da unidade, que estava há cinco anos na companhia, desde antes da fusão com a Arezzo&Co.

Em abril deste ano, o grupo já tinha feito uma rodada grande de demissões no alto escalão para eliminar sobreposições.

A saída de Thiago Hering vem logo após as questões de governança, com os desentendimentos entre Birman e Jatahy que marcaram o primeiro ano de fusão, terem — ao menos em tese — sido sanadas.

No fim de junho, os dois maiores acionistas da companhia vieram a público para dizer que suas diferenças tinham ficado para trás e que iam deixar “o acordo de acionistas na gaveta”.

Na ocasião, trouxeram Nicola Calicchio, ex-McKinsey, para presidente do conselho, em substituição a Pedro Parente, para focar num plano mais estratégico e na extração de sinergias no grupo.

O gestor de um grande fundo de ações local, que já chegou a ter ações da companhia neste ano, resume um pouco do humor de parte do mercado em relação ao Azzas. Questionado se ainda acompanhava a empresa, ele devolveu:

Stopei tirei da tela. É sempre muito barulho.”

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