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Lowko, a startup dos sorvetes, lança picolés em parceria com a Ambev

A empresa criou uma receita de baixa caloria da tradicional sobremesa de verão

Lowko: fundada em 2018, a startup projeta faturamento de R$ 10 milhões em 2021
 (Lowko/Divulgação)

Lowko: fundada em 2018, a startup projeta faturamento de R$ 10 milhões em 2021 (Lowko/Divulgação)

CI

Carolina Ingizza

Publicado em 26 de agosto de 2021 às 06h30.

Última atualização em 26 de agosto de 2021 às 10h34.

A reinvenção da comida chegou à sobremesa. Depois da popularização de hambúrgueres, leites e maioneses feitos à base de plantas, a startup Lowko se aventurou no mercado para propor uma nova versão de outro queridinho dos brasileiros: o sorvete. Fundada em 2018, a empresa ganhou espaço nas gôndolas do país com uma versão de baixa caloria e sem açúcar do produto — mas que promete o mesmo nível de sabor dos tradicionais. Com seus doze sabores de sorvete de massa, a startup faturou R$ 5 milhões em 2020 e projeta pelo menos dobrar o faturamento neste ano.

Para continuar a avançar no mercado, a Lowko lança nesta quinta-feira, 26, sua primeira linha de picolés, batizada de Lowko Pops, feita em parceria com Ambev, GPA e Cargill. Ao todo, serão seis sabores de sorvete de palito: manga com gengibre (37 calorias), uva e frutas vermelhas (44 calorias), três limões (33 calorias), chocolate com avelã (122 calorias), caramelo (133 calorias) e baunilha com cobertura de chocolate (132 calorias).

“O picolé é uma categoria bem relevante para o brasileiro e nos permite aproveitar uma ocasião de consumo diferente. Enquanto o sorvete de pote é comido em casa, como sobremesa, o picolé é comido na rua”, diz Rodrigo Studart, cofundador e presidente da Lowko, ao EXAME IN.

A empresa já tinha planos de entrar na categoria, mas o projeto só deslanchou em 2020, quando participou do programa de inovação aberta da ONG Endeavor, que conecta startups com grandes empresas. “O programa da Endeavor nos abriu as portas essas companhias. Percebemos que elas estão ávidas por se aproximar de startups, imagino que esse projeto seja só um primeiro namoro e que mais para frente virão outros”, diz o cofundador da Lowko.

Cada uma das parceiras ajudou a startup com sua área de especialidade. O GPA (Grupo Pão de Açúcar) forneceu dados sobre as vendas da categoria de picolés nos supermercados e conduziu pesquisas com seus consumidores para entender melhor os hábitos de consumo e os sabores favoritos dos consumidores.

Picolés: startup usou tecnologia da Cargill para chegar a uma receita de baixa caloria capaz de parar nos palitos (Lowko)

Já a fabricante de bebidas Ambev entrou no projeto para ajudar com os sorvetes à base de frutas, em uma parceria com sua marca de sucos “Do Bem". A companhia ajudou a Lowko a testar desde as combinações de sabores de fruta até a compra dos insumos para a fabricação do produto. “Quando falamos de sorvetes de fruta, não pensamos necessariamente em indulgência, que é um aspecto essencial para Lowko. Então foi importante estabelecer uma parceria com uma marca forte e conhecida de sucos”, diz Studart.

A processadora de alimentos Cargill, por sua vez, ajudou a startup no desenvolvimento das receitas e disponibilizou seu laboratório em Campinas para testes de validação do produto. Segundo Studart, foi essencial a colaboração com a companhia para chegar a uma fórmula que equilibrasse sabor, cremosidade e estrutura sem a necessidade de adição de gordura ou açúcar.

Para a Endeavor, o projeto da startup é um caso de sucesso emblemático, por conseguir unir três gigantes em fases diferentes do desenvolvimento de produto. “A gente sabe que muitas vezes as empresas e as scale-ups falam línguas diferentes, então atuamos como um tradutor nos projetos, promovendo essas interações. Para nós, é muito legal ver quatro empresas colaborando para levar uma nova tecnologia e inovação ao mercado. Essa foi a primeira vez que tantos patrocinadores de um programa se engajaram com a mesma empresa, o que reforça nossa tese”, afirma Giovana Fiorini, gerente de inovação aberta na Endeavor.

Trajetória da Lowko

Fundada pelos empreendedores Rodrigo Studart e Luiza Weaver em junho de 2018, a Lowko nasceu para trazer para o Brasil o conceito de sorvete de baixa caloria com textura e sabor tradicionais. A pioneira neste tipo de produto é a americana Halo Top, que já chegou a superar em número de vendas marcas como Ben & Jerrys e Häagen Dazs nos Estados Unidos.

No caso da Lowko, o segredo da fórmula é o uso de adoçantes naturais para substituir o açúcar e a fibra de vegetais para imitar a textura do sorvete, geralmente conseguida com o uso de gordura. Para comparação, 100 gramas de sorvete de baunilha da marca têm 95 quilocalorias, enquanto a mesma quantidade do sorvete do mesmo sabor da Häagen Dazs têm 251 kcal.

Para financiar sua produção, em outubro de 2019, a Lowko captou R$ 7 milhões com o fundo alemão Global Founders Capital, que investiu também em marcas como Dafiti e Trivago. Em 2020, a startup juntou forças com a fabricante de sorvetes Perfetto, que ajuda a startup com fabricação e distribuição do produto em troca de participação no negócio. Atualmente a Lowko tem 30 funcionários e vende seus produtos em mais de 500 pontos de venda em São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília, Goiânia, Londrina, Maringá e Curitiba.

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