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Log, de galpões, turbina dividendos: “Estamos no nosso melhor momento”, diz CEO

Com desconto de 50% em relação aos ativos na bolsa, empresa anuncia distribuição de R$ 150 milhões e payout mínimo de 50% a partir de 2025

Fischer, CEO: Previsão de lucro entre R$ 350 milhões e R$ 450 milhões (Arte/Exame)

Fischer, CEO: Previsão de lucro entre R$ 350 milhões e R$ 450 milhões (Arte/Exame)

Natalia Viri
Natalia Viri

Editora do EXAME IN

Publicado em 5 de dezembro de 2024 às 18h23.

Com R$ 1,5 bilhão em vendas de ativos a retornos atrativos neste ano, a Log, de galpões logísticos, dobrou a aposta na remuneração as acionistas e está anunciando uma distribuição de R$ 150 milhões em dividendos – que somam um yield de 8% em relação ao preço atual da ação.

Mesmo com um plano de investimentos expressivo para o próximo ano, a companhia pretende seguir com a estratégia, sinalizando uma distribuição de 50% do lucro líquido na forma de proventos, contra os 25% obrigatórios que vinha pagando desde sua listagem em 2018. Os pagamentos serão trimestrais.

Com as ações negociadas a 50% de desconto em relação ao valor total dos ativos, a empresa está apostando, além do crescimento, num perfil de investidores também afeitos à renda e lançou pela primeira vez um guidance para o lucro anual, estimado entre R$ 350 milhões a R$ 450 milhões no próximo ano.

Nos nove primeiros meses de 2024, o lucro foi de R$ 244 milhões – número que anualizado, aponta para um valor um pouco acima de R$ 320 milhões.

“Essa nova estratégia de remuneração aos acionistas parte de duas premissas: de que não vamos mudar nosso plano de investimento, de R$ 1 bilhão no próximo ano, e que não vamos aumentar nosso endividamento”, afirma o CEO Sergio Fischer.

A Log segue com o plano de adicionar mais 500 mil metros quadrados de área bruta locável (ABL) no próximo ano, repetindo o recorde de 2024. A relação entre dívida líquida e EBITDA está num patamar confortável de uma vez.

“A demanda está muito aquecida, principalmente por conta de ecommerce e empresas de consumo”, diz o executivo, que aponta a diversificação geográfica da companhia como uma de suas principais fortalezas.

“É um dos melhores momentos do setor desde a fundação da Log: forte demanda, dentro e fora do Centro-Sul do país e praticamente sem diferença de preços entre as regiões quando consideramos os galpões triple A.”

O plano é seguir com a estratégia de reciclagem de capital.

Vendo boa liquidez para seus ativos, a Log tem conseguido vender os galpões a retornos atraentes, menores do que o custo que tem para erguer novas áreas. Somente neste ano, foram cinco vendas, que somaram ao todo R$ 1,5 bilhão, dos quais 60% já entraram em caixa.

O excedente de capital em relação aos investimentos até o momento foi de R$ 500 milhões, cerca de R$ 300 milhões já distribuídos na forma de recompra de ações, que foram canceladas e agora mais R$ 150 milhões na forma de dividendos.

“A rentabilidade dos nossos investimentos, medida na forma do yield on cost, está em 13%, um patamar recorde”, diz Sérgio Fischer. O cap rate das vendas feitas neste ano girou entre 7,5% e 8%. (O indicador mede a receita anual gerada pelo ativo versus o valor pago por ele – quanto menor, mais valorizado foi o ativo.)

Apenas com as vendas feitas este ano, ainda há mais R$ 600 milhões já contratados para receber no próximo ano, o que deve alimentar tanto os investimentos quanto o fluxo de dividendos.

O executivo afirma que vê novas vendas, mas num ritmo menos intenso do que neste ano – com novas transações mais para o terceiro trimestre de 2025.

O plano é sempre vender ativos mais maduros, com preferência para transações em que possa continuar como gestor dos ativos, recebendo o fee pela operação.

“Na prática, com uma taxa de vacância de 1%, todo nosso portfólio está maduro e, em tese pronto para venda. Mas estamos sendo muito seletivos, olhando praças, tíquetes e privilegiando aqueles em que conseguimos os melhores preços”, diz Fischer.

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