Sua postagem rapidamente se tornou viral e ele usou o X para comentar (Reprodução )
Repórter colaborador
Publicado em 11 de outubro de 2024 às 11h38.
Última atualização em 11 de outubro de 2024 às 14h04.
Nem todo mundo costuma ser honesto na descrição do LinkedIn. Uma demissão sumária não raro vira "o fim de um ciclo" e períodos de downgrade na carreira costumam passar em branco.
Não para Ryan Salame, ex-executivo da FTX que foi condenado a sete anos e meio de prisão em maio e está saindo de cena hoje para começar a cumprir sua pena. Ele era dos principais aliados do fundador da empresa símbolo da euforia (e queda) das criptomoedas, Sam Bankman-Fried.
"Estou feliz em compartilhar que estou começando uma nova posição como detento na FCI Cumberland!", ele escreveu, ao lado da já famosa arte de uma cereja caindo de um cupcake com bonequinhos pulando, que aparece toda vez que há uma atualização de cargo. (Imagina se a moda pega no Brasil?)
Sua postagem rapidamente se tornou viral, levando Salame (pronuncia-se "Seilem") a brincar no X: "Hoje eu aprendi que as pessoas ainda usam o LinkedIn."
Com mais de 10 mil curtidas no post do Linkedin, os comentários são um show a parte: "LockedIN?", questionou um seguidor, fazendo um trocadilho com o termo em inglês para "encarcerado". "Esse é o orgulho dos recrutadores: não gosta de deixar nenhum tempo em branco no currículo", brincou outro.
Ex-co-CEO da subsidiária das Bahamas da FTX Salame se declarou culpado em setembro do ano passado por fazer doações ilegais para políticos em nome de Bankman-Fried e por lavagem de dinheiro. As contribuições eram contabilizadas como empréstimos da empresa-irmã da FTX, o fundo de cripto Alameda Research.
"Os empréstimos eventualmente seriam perdados e eu nunca teria que repagá-los", disse Salame no tribunal.
Michelle Bond, a esposa de Salame, uma advogada do mundo cripto que fazia o lobby da FTX em Washington, também foi indiciada e aguarda julgamento, após ter se declarado inocente.
A queda de Salame veio em meio à derrocada da FTX, que faliu espetacularmente, depois de se provar que aquela que parecia ser uma das principais bolsas de criptomoedas do mundo na verdade usava o dinheiro de clientes para financiar compra de imóveis, doações a campanhas eleitorais e inúmeros luxos do fundador e dos executivos.
Num julgamento amplamente noticiado, Bankman-Fried foi condenado a 32 anos de prisão em março deste ano – e hoje voltou ao noticiário por um motivo inusitado: está na mesma cela numa cadeia no Brooklin, em Nova York, que Sean Combs, o P.Diddy, rapper que virou assunto mundial ao ser indiciado por tráfico sexual e conspiração.