Exame IN

Listo: fintech de pagamentos capta R$ 400 mi de olho nas PMEs

Em sua terceira captação via FIDC, a empresa busca combustível para seguir crescendo entre as pequenas e médias empresas

Olavo Cabral Netto, presidente e fundador da Listo: fundada em 2014, a empresa acumula mais de 100.000 lojistas clientes, 80% no setor automotivo (Listo/Divulgação)

Olavo Cabral Netto, presidente e fundador da Listo: fundada em 2014, a empresa acumula mais de 100.000 lojistas clientes, 80% no setor automotivo (Listo/Divulgação)

CI

Carolina Ingizza

Publicado em 5 de outubro de 2021 às 07h00.

Desde que foi fundada em 2014, a fintech de pagamentos Listo se posicionou como braço direito das pequenas e médias empresas (PMEs). Isso porque o fundador do negócio, o empreendedor Olavo Cabral Netto, tinha como missão buscar soluções para os problemas que levavam a maioria dos negócios brasileiros a falir nos dois primeiros anos de atividade: falta de crédito e de capital de giro.

Assim, quando fundou a startup, decidiu repassar aos lojistas os valores pagos no cartão no mesmo dia e não cobrava pelas maquininhas, facilidade que as concorrentes só começaram a oferecer anos depois com o acirramento da competição no setor. Assim, ano após ano, a fintech foi crescendo com o boca a boca e conquistou uma base de 100.000 clientes, 80% do setor automotivo.

Para seguir financiando a operação de antecipação de recebíveis de cartão e ter fôlego para expandir para outros setores, a Listo acaba de levantar R$ 400 milhões em sua terceira captação via FIDC (Fundo de Investimento em Direitos Creditórios). Ao todo, a empresa já captou R$ 850 milhões desde 2017, transacionando mais de R$ 8 bilhões só nos últimos três anos. 

“Essa captação sinaliza o quão confiantes estão na retomada do mercado com o avanço da vacinação. Quisemos preparar a estrutura para aguentar um crescimento forte, sem deixar os clientes na mão”, diz Cabral Netto ao EXAME IN. A carteira de recebíveis da Listo hoje é de R$ 1 bilhão.

A fintech teve um 2020 desafiador. O negócio, que faturou R$ 210 milhões em 2019, dobrava de tamanho todos os anos desde sua fundação, mas viu o ritmo de crescimento cair com a chegada da pandemia. Segundo o fundador, a empresa teve um crescimento tímido, entre 10% a 15% no ano passado, e projeta que a retomada deve ficar para 2022. “A covid-19 causou um impacto grande para os micro e pequenos empresários, a demanda ficou reprimida, especialmente no mercado automotivo”, diz Cabral Netto.

Para ajudar os clientes durante a crise, a empresa se organizou para lançar novos produtos que facilitam as vendas online, como o Listo2go, que combina maquininha, software de vendas delivery e conta digital. Na frente de crédito, o carro-chefe foi o empréstimo KGC, que dá capital de giro para os estabelecimentos comprarem estoques, pagarem salários e sobreviverem durante um período de baixa nas vendas.

Já preparada para a retomada, a Listo lançou um novo produto que permite que os lojistas ofereçam a seus clientes crédito para a compra de produtos de valor alto, como motos e carros, usando o cartão de crédito para parcelar em até 24 vezes sem comprometer o limite. Lançado em abril, o Listo CDC já movimentou R$ 100 milhões.

O produto é só o primeiro na esteira de desenvolvimento da fintech. O objetivo de Cabral Netto é captar um investimento institucional, de valor ainda a ser definido, para financiar a criação e lançamento de mais produtos voltados para as pequenas e médias empresas. De acordo com o fundador, as conversas já foram iniciadas e devem ser concluídas ainda no quarto trimestre ou, no máximo, no primeiro do ano que vem.

Assine a EXAME e acesse as notícias mais importantes em tempo real.

De 1 a 5, qual sua experiência de leitura na exame?
Sendo 1 a nota mais baixa e 5 a nota mais alta.

Seu feedback é muito importante para construir uma EXAME cada vez melhor.

Acompanhe tudo sobre:AutomobilismoFundos de investimentoInvestimentos de empresasPequenas empresasStartups

Mais de Exame IN

Mais Porto, menos Seguro: Diversificação leva companhia a novo patamar na bolsa

Na Natura &Co, leilão garantido e uma semana decisiva para o futuro da Avon

UBS vai contra o consenso e dá "venda" em Embraer; ações lideram queda do Ibovespa

O "excesso de contexto" que enfraquece a esquerda