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Linker: fintech das PMEs muda a marca para coroar nova estratégia

Empresa, fundada em 2019, oferece seus serviços financeiros a mais de 30.000 pequenas empresas e 100 escritórios de contabilidade

David Mourão, fundador e presidente da Linker: empresa captou R$ 12 milhões no final de 2020 com a Darwin Capital e investidores-anjo
 (Linker/Divulgação)

David Mourão, fundador e presidente da Linker: empresa captou R$ 12 milhões no final de 2020 com a Darwin Capital e investidores-anjo (Linker/Divulgação)

CI

Carolina Ingizza

Publicado em 17 de agosto de 2021 às 18h59.

Depois que empresas como os unicórnios Creditas e Nubank mostraram que é possível oferecer novas soluções financeiras para a pessoa física no Brasil, as fintechs agora estão de olho em um novo público: as pequenas empresas. Fundada em 2019, a Linker é uma dessas startups que nasceram para oferecer soluções bancárias para as PMEs. Idealizada pelos sócios Ingrid Barth (ex-líder de PJ do Neon), Daniel Benevides (fundador do Neon) e David Mourão (ex-executivo da Vinci Partners), a fintech oferece para seus mais de 30.000 clientes, entre autônomos e pequenos negócios, serviços como conta digital, cartão de crédito e gestão de cobranças.

Dois anos e meio depois do lançamento, a empresa entra em uma nova fase, como explicou ao EXAME IN o fundador e presidente David Mourão, e coroa a mudança com um reposicionamento de marca. "Queremos ser um banco de empreendedor para empreendedor. A gente sabe que empreender na vida real é difícil, mas queremos ajudar os clientes a terem uma experiência bancária mais ágil e simples”, diz Mourão.

Na prática, a fintech deixa o logo azulado e passa a adotar as cores preta e goiaba como referência, inclusive nos cartões de crédito. “Percebemos que apesar de sermos uma empresa moderna e de tecnologia, éramos vistos somente como ‘moderninhos’. A marca antiga já não estava conversando diretamente com o público que queremos atingir”, afirma o fundador.

Do lado dos negócios, a mudança se dá principalmente pelo foco que será dado às empresas de porte maior, com faturamento anual entre R$ 100.000 e R$ 5 milhões. A ideia é que os esforços de vendas do banco digital tragam clientes que movimentem volumes mais altos por mês, em vez de trabalhar somente para aumentar o número total de contas pessoa jurídica abertas.

Para chegar até essas empresas, a Linker aposta em um modelo de parcerias com contadores, dando comissões a eles a cada movimentação feita por uma companhia cliente indicada para abrir conta com a fintech. “Percebemos que as empresas de porte maior tem um relacionamento muito próximo com os contadores, então criamos ferramentas para aproximá-los da plataforma”, diz Mourão. Hoje, já são 100 escritórios parceiros, que, juntos atendem a mais de 150 mil clientes. 

As mudanças têm dado resultados: nos últimos doze meses, o volume transacionado na plataforma da fintech aumentou 15 vezes. Só no primeiro semestre do ano, foram R$ 500 milhões transacionados, com o segundo trimestre movimentando 70% mais que o primeiro. A Linker também está mais presente no dia a dia dos cliente. Segundo Mourão, o volume movimentado no cartão de crédito aumentou quatro vezes esse ano, enquanto a função de pagamentos de conta cresceu 70% desde janeiro.

Com o aporte de R$ 12 milhões (recebido em dezembro do ano passado do fundo Darwin Capital e de investidores-anjo) ainda em caixa, a Linker trabalha para lançar novas funções para as empresas clientes ainda em 2021. De acordo com o presidente, os 52 funcionários da fintech estão empenhados para tirar do papel serviços como crédito, pagamento de impostos sem código de barras e multicartões. A expectativa é que o negócio quadruplique de tamanho até o final do dezembro.

A movimentação do banco digital acontece em um momento em que vários competidores, todos bem capitalizados, disputam a atenção e o bolso das PMEs brasileiras. Fintechs como Nubank, C6 Bank, Inter, Neon, Cora e Conta Simples estão com estratégias voltadas ao mundo da pessoa jurídica. Além delas, empresas de software de gestão, como a recém-investida do SoftBank Omie, estão se aproximando do universo financeiro com soluções próprias ou de parceiros. Com mais de 17 milhões de pequenos negócios no país, parece que há espaço para todo mundo, mas nenhuma fintech quer ficar para trás nesse mercado. Resta saber qual vai conseguir se movimentar mais rapidamente.

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