Shopping Cidade Jardim, da JHSF, que também possui aeroporto Catarina e empreendimento Fazenda Boa Vista (Divulgação/Divulgação)
Graziella Valenti
Publicado em 15 de maio de 2020 às 10h07.
Última atualização em 15 de maio de 2020 às 17h35.
A JSHF, empresa dedicada ao mercado de luxo nos segmentos de shoppings centers, desenvolvimento imobiliário, gastronomia e hotelaria, cravou a marca ontem de 100 mil acionistas em sua base de sócios. Em dezembro, tinha 30 mil investidores. O número de acionistas, portanto, foi multiplicado por três dentro do período que vai de janeiro a março, em meio a uma pandemia global que fechou o comércio e todos os negócios ligados à convivência social.
No fim de junho de 2019, o livro de acionistas da JHSF trazia a participação de 10 mil pessoas. Junto com a quantidade de investidores aumentou também os valores negociados com os papéis. O volume médio negociado com a ação, que era de 2,7 milhões de reais no primeiro trimestre de 2019, alcançou 48,3 milhões de reais, nos três primeiros meses deste ano. A companhia vale hoje cerca de 2,4 bilhões na bolsa.
Os investidores pessoas físicas estão fazendo história na B3. O número de CPFs cadastrados para transações aumentou em 700 mil desde dezembro, fazendo o número de contas ativas para negociação subir para 2,38 milhões de registros. O total de CNPJs, ou seja, pessoas jurídicas que compram e vendem ações na bolsa é de 28,6 mil.
Os executivos da companhia, dona dos shoppings Cidade Jardim, do Aeroporto Catarina e da Fazenda Boa Vista, vão comentar hoje o balanço completo do primeiro trimestre. O presidente da empresa, Thiago Alonso de Oliveira, antecipou os dados em sua conta no Twitter, após o fechamento do mercado ontem. Oliveira, que era acompanhado por 214 pessoas em agosto do ano passado, quando começou a ser mais ativo nessa rede social, tem hoje mais de 10 mil seguidores.
Nos três primeiros meses do ano, a receita líquida da JHSF avançou 35,8%, para 167 milhões de reais. O Ebitda da empresa teve alta de 5,3%, para 68 milhões de reais, e o lucro líquido subiu 61%, para 19 milhões.
Para lidar com o cenário atual, assim como suas pares, a JHSF está apostando em canais digitais de venda e delivery das operações de gastronomia. Os próximos trimestres serão cruciais para entendimento dessa realidade. Para enfrentar esses tempos, a companhia reforçou a estrutura financeira com uma emissão de 300 milhões em debêntures com prazo de seis anos, em abril. Ao fim de março, tinha uma dívida líquida de 311 milhões de reais, equivalente a 1,2 vezes o Ebitda.