Exame IN

Jefferies dá voto de confiança para a Alpargatas – e faz preço

Banco americano reiterou compra para a dona da Havaianas e diz que companhia deve voltar a crescer após um 2023 para esquecer

Alpargatas:  caso de investimento para a Alpargatas continua atraente no longo prazo, pela  possibilidade de aumentar a participação de mercado da Havaianas, diz Jefferies (Havaianas/Divulgação)

Alpargatas: caso de investimento para a Alpargatas continua atraente no longo prazo, pela possibilidade de aumentar a participação de mercado da Havaianas, diz Jefferies (Havaianas/Divulgação)

Raquel Brandão
Raquel Brandão

Repórter Exame IN

Publicado em 15 de fevereiro de 2024 às 16h31.

Num voto de confiança na recuperação da Alpargatas depois de um 2023 para esquecer, o Jefferies soltou hoje um relatório reiterando a recomendação de compra para o papel e elevando o preço-alvo de R$ 12 para R$ 13. A avaliação é que depois de um longo processo de turnaround, agora a dona da Havaianas está pronta para crescer de forma sustentável.

O relatório fez preço. Os papéis chegaram a marcar máxima de 6,3% na manhã de hoje, entre as maiores altas do Ibovespa. Por volta das 16h subiam 2,7%, com volume forte, enquanto o Ibovespa avançava 0,51%.

“O primeiro ciclo de reestruturação foi concluído, com foco na otimização de despesas de capital, no capital de giro e na redução de despesas operacionais”, observam os analistas. A companhia divulgou na última semana os resultados do quarto trimestre, quando reportou um prejuízo de R$ 1,6 bilhão.

“Acreditamos que o caso de investimento para a Alpargatas continua atraente no longo prazo, dada a possibilidade de aumentar a participação de mercado da Havaianas nos mercados doméstico e internacional, com um forte valor de marca, e a margem para uma maior diluição nos custos operacionais, especialmente dada a sua baixa e mais eficiente utilização da capacidade”, defendem os analistas do Jefferies.

Os resultados do quarto trimestre da Alpargatas foram amplamente impactados pelo processo de reestruturação iniciado no primeiro semestre de 2023, com baixas em estoques e impairments. A empresa perdeu participação de mercado no segmento de supermercados, e o segmento internacional permanece fraco e desafiador.

No entanto, diz a equipe do banco, a empresa conseguiu fazer mudanças relevantes para recuperação de volumes nos últimos sete meses. No fim de abril, Roberto Funari, então CEO do grupo, renunciou ao cargo e foi substituído interinamente por Luiz Fernando Edmond, conselheiro da empresa. Além dele, André Natal substituiu o CFO Julian Garrido.

A partir deste mês, a presidência executiva da Alpargatas passou a ser ocupada por Liel Miranda, ex-CEO da Mondelez Brasil.

Após um período de expansão no portfólio de produtos e canais de distribuição, a empresa agora está focada na simplificação e eficiência com sua nova equipe de gestão, esperando alcançar um melhor equilíbrio entre preço, volume e dinâmica de custos, segundo os analistas do Jefferies.

Para eles, a redução da diferença entre o sell in (vendas para as redes de franquias) e o sell out (venda para o consumidor final) observada no último trimestre colocou a empresa numa trilha de melhora da margem por meio de custos mais baixos de insumos e alavancagem operacional.

No quarto trimestre de 2023, as margens bruta e Ebitda ajustadas alcançaram níveis semelhantes em comparação com o último trimestre de 2021, apesar da menor escala.

“Embora esperemos que alguns desafios enfrentados pela empresa continuem no curto prazo, uma moderação nos preços de insumos, um crescimento gradual de volume, níveis reduzidos de estoque e menor capex devem contribuir para a recuperação”, escrevem.

Nos últimos 12 meses, as ações da Alpargatas recuam 9,16%.

Acompanhe tudo sobre:EmpresasMercadosAlpargatasHavaianas

Mais de Exame IN

Mais Porto, menos Seguro: Diversificação leva companhia a novo patamar na bolsa

Na Natura &Co, leilão garantido e uma semana decisiva para o futuro da Avon

UBS vai contra o consenso e dá "venda" em Embraer; ações lideram queda do Ibovespa

O "excesso de contexto" que enfraquece a esquerda