Exame IN

IPOs: seis novatas buscam R$ 11 bi ao mesmo tempo

Fila de IPOs na CVM para de crescer com fim da primeira janela do segundo semestre; próxima começa em meados de outubro

B3: 12 novatas estrearam no pregão neste ano (NurPhoto/Getty Images)

B3: 12 novatas estrearam no pregão neste ano (NurPhoto/Getty Images)

GV

Graziella Valenti

Publicado em 12 de setembro de 2020 às 11h07.

Última atualização em 12 de setembro de 2020 às 11h23.

O saldo da semana que termina neste sábado, 12, tem apenas um novo IPO na fila de espera da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), da companhia G2D Investments —  Go to Digital — da GP Investimentos. A solicitação de registro foi dia 9 e, pronto, os bancos fecharam a fatura dessa janela de ofertas iniciais. Agora, o foco é fazer a fila acumulada até agora, de 52 operações, andar.

Nesse momento, seis companhias disputam atenção dos investidores com suas ofertas na rua: três do setor de construção e incorporação, Cury e Plano & Plano, ambas com a Cyrela como sócia, e ainda Melnick Even; de variedade tem o banco de Ricardo Lacerda, BR Partners;  a Boa Vista Serviços, de gestão e análise de dados; e a Compass, holding do grupo Cosan que controla a Comgás. Juntos, esses seis IPOs podem movimentar perto de 11 bilhões de reais.

Nos dez primeiros dias de setembro, três companhias já estrearam: Lavvi Empreendimentos Imobiliários, a rede de drogarias Pague Menos e a varejista de produtos para animais de estimação Petz, aborvendo um total de quase 5 bilhões de reais. Dessas, só a Petz saiu dentro do intervalo de preços sugeridos, as demais tiveram que reduzir suas pretensões. No ano, a B3 já acumula mais 12 novatas no pregão — oito chegaram após a pandemia.

O fato de apenas uma empresa ter guardado seu lugar nessa temporada de IPOs na semana que passou não é sinal de crise com preços. Nem controle de fluxo de operações. Nada disso. É apenas o fim da primeira janela do segundo semestre deste ano.

A próxima deve começar a esquentar em outubro. Pelos prazos de aprovação da CVM, as empresas precisam entrar com a documentação na autarquia com balanço atualizado até o terceiro trimestre — que termina em setembro. Por isso, a expectativa é que a fila de IPOs volte a crescer de forma mais acelerada do meio para o fim do mês que vem.

 Cesta tech e digital

A G2D é uma de holding de negócios na área digital criada pela GP  uma verdadeira cesta para apoiar e, ao mesmo tempo, ter retorno com todo o movimento de digitalização. A organização da estrutura ocorreu em julho. Assim, como a própria GP, a empresa será listada nas Bermudas e negociada no Brasil por meio de BDRs.

Dentro da G2D foram aportados negócios no ramo das fintechs, como Blu e Sim;paul, até outros tipos de operações digitais, como Quero Educação Serviços de Internet e a Expandig Capital, que será uma espécie de fundo de venture capital dedicado a segmento de tecnologia. Mas as duas vedetes da carteira são a The Craftory, uma empresa de investimentos de capital permanente que tem como foco apoiar novas marcas com potencial disruptivo, e a recém-adquirida participação na CERC-Central de Recebíveis, que fornece infraestrutura para o mercado financeiro de crédito, com serviços de validação, registro e compensação de recebíveis. A oferta será coordenada pelo BTG Pactual (do mesmo grupo de controle da Exame), que terá ao lado Bradesco BBI e Credit Suisse.

 

Acompanhe tudo sobre:CosanCyrelaComgásIPOsPetz

Mais de Exame IN

Fim do 'shutdown' não resolve apagão de dados, diz Meera Pandit, do JP Morgan

Avon podia ter salvado Natura do tombo, mas ainda não estava pronta

BTG Pactual bate novos recordes no 3º trimestre e lucra R$ 4,5 bilhões

Nem Cook, nem Musk: como Huang, da Nvidia, virou o maior aliado de Trump