App do Inter: Banco acelerou a captação de clientes, com 1,1 milhão de novos usuários no trimestre (Intershop/Divulgação)
Editora do EXAME IN
Publicado em 6 de agosto de 2025 às 08h24.
Última atualização em 6 de agosto de 2025 às 08h33.
O Inter &Co acelerou o ritmo de concessão de crédito no segundo trimestre, na contramão do mercado e da Selic galopante. E, mesmo assim, conseguiu entregar a menor inadimplência desde 2022 e um retorno sobre patrimônio líquido (ROE) recorde, de 13,9%, um ponto percentual acima do trimestre anterior.
O banco registrou lucro de R$ 315 milhões no período, também no seu maior patamar histórico, com alta de 53% na comparação anual, e praticamente em linha com o consenso de mercado, que apontava para R$ 320 milhões.
A carteira de crédito (excluindo a antecipação de recebíveis de cartões) chegou a R$ 40,2 bilhões, avanço de 8% na comparação trimestral e 22% sobre o mesmo período de 2024. No tri anterior, as taxas de crescimento tinham sido de 5% e 21%, respectivamente.
“Nossa carteira está crescendo duas vezes acima do mercado”, disse ao INSIGHT o CFO Santiago Stel.
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O crescimento foi impulsionado tanto pelas linhas mais tradicionais do banco, como home equity e FGTS, mas também teve um impulso relevante de outras frentes, como o crédito imobiliário tradicional – no qual o restante do mercado tirou mais o pé – e avanço do cartão de crédito.
Depois de algumas safras mais desafiadoras em inadimplência ao longo de 2023, o banco vem acertando a estratégia de concessão dessa última modalidade e entregando uma expansão crescente: nesse trimestre, o avanço foi de 24% frente ao mesmo período de 2024. O Inter vem sinalizando uma expansão entre 25% e 30%.
“Temos focado na expansão dentro da nossa base de clientes e com uma estratégia que hoje está bem azeitada”, diz Stel.
A inadimplência acima de 90 dias ficou estável em 4,6% no trimestre com melhora de 0,5 ponto percentual em relação ao ano anterior.
Outra modalidade que vem dando fôlego à carteira é a do novo crédito consignado privado: a carteira passou de R$ 200 milhões ao fim do primeiro trimestre para R$ 730 milhões ao fim de junho. “Agora, já estamos ultrapassando a barreira de R$ 1 bi”, diz.
Outro destaque do balanço foi a margem financeira líquida (NIM) que saiu de 8,8% no primeiro trimestre para 9,1%, em patamar recorde. O indicador ajustado ao risco saiu de 5,5% para 5,6%.
“Apesar de muita variabilidade de Selic e de IPCA, estamos numa trajetória consistente de crescimento de ambos os indicadores”, disse o CFO.
O banco também vem conseguindo monetizar melhor sua base de clientes: a receita média por usuário, o ARPAC no jargão do mercado, saiu de R$ 50 para R$ 53,7 no trimestre . O cost-to-serve, por sua vez, foi na direção oposta e passou de R$ 13,1 para R$ 12,25.
O controle de despesas se refletiu no índice de eficiência. O indicador, que mede o quanto da receita é consumida pelos custos, teve uma queda relevante de 1,7 ponto percentual, para 47,1%.
O Inter também acelerou a atração de clientes, com adição de 1,1 milhão de novos usuários, 10% acima dos tradicionais 1 milhão de clientes que vem adicionando trimestre a trimestre – uma diferença relevante num mercado já mais maduro e saturado.
Com isso, chegou a 39,3 milhões de clientes e ultrapassou a marca dos 40 milhões em agosto.
O Inter está na metade do caminho da sua meta quinquenal anunciada em 2023, no plano batizado de 60/30/30: 60 milhões de clientes, e índice de eficiência e ROE de 30%.