Daniel Hatkoff, presidente e fundador da Pitzi: a insurtech ultrapassou a marca de 1 milhão de aparelhos protegidos no ano passado (Pitzi/Divulgação)
Carolina Ingizza
Publicado em 9 de maio de 2021 às 17h33.
Depois de dobrar de tamanho em 2020, a startup de seguros e proteção de celulares Pitzi está com metas ambiciosas para 2021. A empresa, que tem mais de 1 milhão de aparelhos protegidos, planeja triplicar sua operação até o final do ano e aposta em uma estratégia de fusões e aquisições para ganhar espaço no mercado nacional e lançar novos produtos. A insurtech acaba de adquirir sua concorrente Komus, fundada pela empreendedora Stephanie Peart em 2018. As companhias não divulgaram o valor da transação.
Mais do que comprar a operação, a Pitzi viu na Komus a oportunidade de adquirir um time especializado no mercado de seguros de celular. “A Stephanie é um foguete, é muito apaixonada pelo problema e quer transformar o mercado de seguros brasileiro. Quando a conheci, percebi que ela e sua equipe tinham uma visão de marketing diferenciada que poderia ser complementar ao nosso negócio”, diz Daniel Hatkoff, fundador e presidente da Pitzi, ao EXAME IN.
Enquanto a Pitzi aposta no modelo de vendas indiretas, em que empresas parceiras oferecem seus seguros aos consumidores, a Komus estava construindo uma plataforma que devolvia parte do dinheiro aos usuários caso eles não precisassem do seguro por um determinado período. Nos últimos anos, com cerca de R$ 750.000 recebidos em investimentos, a startup construiu o produto, mas ficou presa nas burocracias do setor e não conseguiu alavancar as vendas.
“É difícil construir um negócio sozinha e em um mercado tão regulado. Quando comecei a conversar com o Daniel vi que sua proposta fazia sentido. Para mim, é mais importante conseguir fazer os projetos acontecerem do que ser dona de tudo”, diz a empreendedora. Com a aquisição, ela e o time da Komus vão se dedicar integralmente ao desenvolvimento de um novo produto para a Pitzi.
Para a Pitzi, as aquisições fazem parte de um plano para continuar ganhando espaço no mercado brasileiro. Capital não é um problema. Em 2019, o fundo americano QED, que já investiu em empresas como Nubank e QuintoAndar, liderou um aporte de R$ 60 milhões na operação da insurtech. “Não queremos crescer sozinhos, estamos olhando proativamente para novas oportunidades, mas vamos ser seletivos e trazer pessoas que estejam altamente alinhadas com nossa visão e cultura", diz Hatkoff.
O momento não poderia ser melhor — no ano passado, com mais pessoas dependentes dos celulares para trabalhar e falar com entes queridos, a procura por seguros que pudessem cobrir estragos nos aparelhos aumentou, resultando em um crescimento de 85% na receita da companhia. Além disso, a companhia iniciou no fim do ano uma parceria com o gigante do e-commerce Mercado Livre para oferecer uma apólice contra roubos e furtos de smartphones aos mais de 27 milhões de clientes da plataforma. “Ainda há muito espaço para crescer. No Brasil, só 4% dos donos de smartphone têm seguro. Nos Estados Unidos, o percentual é próximo de 40%”, diz o fundador.
Mas a Pitzi não é a única de olho no mercado de seguros para smartphones no Brasil. Sua principal concorrente hoje é a insurtech Pier, fundada em 2018. A empresa recebeu um aporte de US$ 14,5 milhões de dólares liderado pela Monashees e com a participação dos fundos Canary e Meli Fund (do Mercado Livre) em outubro do ano passado. Em reportagem anterior da EXAME, a companhia afirmou que usaria o dinheiro captado para aumentar em 50 vezes sua base de clientes até o fim de 2023, atingindo 750.000 pessoas.
Quais são as tendências entre as maiores empresas do Brasil e do mundo? Assine a EXAME e saiba mais.