KFC: operação deve passar das atuais 130 lojas para mais de 500 ao fim dos próximos dez anos (KFC/Divulgação)
Graziella Valenti
Publicado em 31 de outubro de 2022 às 19h10.
Quando assumiu como CEO da International Meal Company (IMC) em março de 2021, Alexandre Santoro, estabeleceu três pilares para sua gestão: eficiência operacional para o mundo pós-covid, disciplina financeira e retomada do crescimento. Desafios suficientes, mas que ganham colorido adicional uma vez que a empresa opera as bandeiras Pizza Hut e KFC no Brasil e é dona da rede Frango Assado, além de estar à frente de diversas outras marcas como Batata Inglesa e Brunella. O segmento de alimentação fora de casa foi atacado em cheio pelo vírus da covid-19. Depois de vender a operação no aeroporto do Panamá por US$ 40 milhões e ficar mais leve financeira e operacionalmente, a IMC (MEAL3) agora prepara o terreno para o crescimento.
No auge dos desafios da pandemia, a IMC entrou em litígio com a KFC, devido à dificuldade de cumprimento dos termos de expansão no período. Depois de meses de negociação, iniciada com a chegada de Santoro, a disputa foi encerrada. A arbitragem que estava em andamento será finalizada sem penalidades para nenhuma das partes. A companhia renovou o acordo com o grupo amaericano de uso da marca por dez anos, mas agora com foco no Sul e Sudeste do Brasil. “O acordo prevê a abertura de 400 lojas nessa região ao longo dos próximos dez anos”, afirmou Santoro, em entrevista ao EXAME IN. “E isso também é positivo porque o contrato atual venceria dentro de cinco anos e agora o prazo é bem maior.”
Hoje, a rede IMC, com todas as suas bandeiras, tem mais de 560 unidades, das quais mais de 130 são da KFC — pouco mais de 60 como lojas próprias e quase 70, como franquias. A marca responde por algo como 15% a 20% da receita total do grupo, de acordo com o executivo. O novo acordo, portanto, embute uma perspectiva de expansão só para a KFC de 300% em número de unidades ao longo do período de uma década.
No segundo trimestre de 2022, a IMC teve receita líquida 39,5% superior a de igual período do ano passado, em um total de R$ 621 milhões. As vendas do sistema todo, que incluem franqueados das marcas (além das lojas próprias), aumentaram praticamente na mesma proporção, para mais de R$ 820 milhões.
Santoro destacou a importância do acordo também pelo fato de KFC, Pizza Hut e Frango Assado serem as marcas nas quais a companhia vê grande espaço para expansão. Apesar de tanto KFC como Frango Assado serem, supostamente, dedicadas ao consumo de frango, o executivo destacou que as ocasiões de consumo são totalmente diversas — assim como os modelos de negócio —, o que garante que não exista competição entre eles.
Enquanto os planos de expansão para KFC são focados em lojas em shoppings e de rua, em centros urbanos, o Frango Assado é uma bandeira para operação em estradas, combinadas a postos de gasolina e que são, na verdade, pontos de parada para refeições, que incluem até menos mini-mercados em conjunto. Santoro destacou que o acordo demonstra como a IMC está comprometida com a responsabilidade financeira e gestão eficiente de seus ativos, lembrando a venda da operação panamenha, e também com a expansão. A empresa encerrou esta segunda-feira, dia 31, avaliada em mais de R$ 700 milhões, após alta de 5,5% das ações na B3.
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