GPA: CEO da companhia é um dos nomes que foi reconduzido na lista proposta pela Trustee (GPA/Divulgação)
Repórter Exame IN
Publicado em 30 de março de 2025 às 19h28.
Última atualização em 30 de março de 2025 às 19h33.
O GPA, dono do Pão de Açúcar e do Extra, publicou fator relevante neste domingo, 30, confirmando que a Trustee pediu à companhia a convocação de uma assembleia geral extraordinária (AGE) para eleição de uma nova composição de conselho de administração. A proposta mantém o número de nove cadeiras do colegiado.
A informação foi antecipada pelo INSIGHT na sexta-feira, 28. A gestora concentra a participação do empresário Nelson Tanure na varejista. Se considerada a posição em derivativos e a fatia de 5,7% em ações, a Trustee tem em torno de 10% do GPA.
O GPA afirmou que a AGE será convocada no prazo legal. O colegiado atual tem mandato vigente até 2026.
Pela proposta, Ronaldo Iabrudi, acionista de referência da companhia seria reconduzido e eleito presidente do órgão, cargo hoje ocupado por Renan Bergmann. Cristophe Hidalgo, ligado ao Casino, o outro acionista de referência, também seria mantido no conselho e que seria o vice, cargo hoje ocupado por Iabrudi.
Além deles, apenas o atual CEO do GPA, Marcelo Pimentel, seria mantido no colegiado.
Pelo tamanho de sua participação, Tanure poderia indicar dois nomes ao conselho e teria que conseguir apoio de outros acionistas como Casino, que ainda detém pouco mais de 22% do capital social, e Iabrudi, com 5,4% de participação na varejista.
Os outros seis membros seriam substituídos por Helene Esther Bitton; Rodrigo Tostes Solon de Pontes; Pedro de Moraes Borba; Líbano Miranda Barroso; Eliana Ambrósio Chimenti; e Sebastián Dario Los -- todos apontados como independentes pela gestora.
Mas alguns desses nomes têm relação próxima aos acionistas, como Esther Bitton, que é diretora de M&As do Grupo Casino. Rodrigo Tostes Solon de Pontes é CFO da Light, empresa em que Tanure é acionista relevante.
Em sua carta, a Trustee afirma que "não tem intenção de alterar substancialmente o direcionamento geral dos negócios sociais, mantendo as atividades e o plano de negócios da Companhia alinhados às diretrizes adotadas pela atual administração."
Mas aponta a necessidade de maximizar o valor e o retorno aos acionistas com redução de custos e ganhos de eficiência. Segundo a gestora, é preciso haver enfoque em pilares fundamentais, como: a redução do nível de endividamento, endereçamento e a redução de potenciais contingências, e diminuição dos custos e despesas.
No quarto trimestre, a alavancagem da companhia chegou a 1,6x contra um patamar de 5,0x do mesmo período do ano anterior.
A empresa também reportou crescimento no Ebitda, impulsionado pela venda de ativos não essenciais -- o caixa ganhou um reforço de R$ 1,9 bilhão nos últimos 18 meses só com alienações como a sede e os postos de gasolina. Além disso, ainda houve a captação de R$ 700 milhões.